PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Histórias e curiosidades do jeito de viver nos condomínios de SP

O primeiro andar que o diga

Por Angélica Arbex
Atualização:

fonte: freepik Foto: Estadão


Na semana que passou, estive em um programa de rádio respondendo, por mais ou menos uma hora, perguntas relacionadas a vida em condomínio. E eu fiquei muito surpresa com o volume de gente que vive vertical e tem problemas relacionados a barulho.

PUBLICIDADE

Esse parece ser ainda o maior drama de quem vive em Condomínio. Tem uma explicação: quando a gente está em casa, o nosso nível de tolerância é muito menor do que se estivéssemos em qualquer ambiente social. No trabalho, por exemplo, tem muitas interferências diárias, que atrapalham a concentração, deixam a gente menos produtivo até, mas isso não fica catalogado na nossa cabeça, nem vira uma lembrança desagradável.

Mas em casa, a coisa muda. Ouvi tantas histórias... Salto agulha, móveis arrastados, secador de cabelos de madrugada, música MUITO alta, furadeira ou obras muito depois do horário, banda amadora, cama rangendo, brinquedos quicando no chão.

Em casa não! A gente bate à porta e é como se baixasse um decreto dizendo, a confusão ficou lá fora, aqui é o meu espaço e nada pode atrapalhar a minha tranquilidade. Só que nem sempre é assim. E como é que resolve? Se fosse simples nem precisava estar falando disso agora.

Pois é, as pessoas são diferentes e a gente sempre acha que colocar o sapato 15 minutos antes de sair de casa, usar a insônia pra trocar uma mesa de lugar, não perceber que a cama está ficando velha são pequenas coisas que não estão incomodando ninguém. Mas incomodam, muita gente, o tempo todo.

Publicidade

E olha, eu ainda nem falei dos apartamentos do primeiro andar que são convidados involuntários de todas as festas do condomínio. - "Mas o que é que tem? Eu nunca faço festas, 15 minutos depois do horário combinado e já estão reclamando com a portaria. Deve ser pessoal." Sempre tem alguém que diz: - "Ah! Leva um pedaço debolo, crepe, carne, torta ou sei lá mais o quêpara o seu vizinho". E outro diz: -" Convida ele pra festa, quem sabe melhora o humor". Ninguém pensa que para o primeiro andar toda sexta, todo sábado e alguns domingos são dia de festa. E se a maioria resolver que só 15 minutos a mais não machucam ninguém... Você já sabe o resto..

Assim a gente vai vivendo. As regras existem justamente por que a gente não é capaz de agir pensando primeiro no todo e depois na gente. Quem no meio de uma festa muito animada vai pensar em abaixar o som porque o bebê do apartamento 12 precisa dormir? A verdade é que a gente abaixa o som, porque sabe que vem multa por aí. Triste né?

O que mais incomoda na história do barulho é a frequência. A rotina de pequenos barulhos diários irritantes. E pra eles tem jeito sim. Quer ver? Que tal colocar o salto na hora de sair de casa; colocar um pequeno pedaço de feltro nos pés de mesas e cadeiras;nunca, nunca mesmo furar ou reformar fora do horário; conversar com os vizinhos próximos para saber a melhor hora para o seu filho treinar com a bateria nova; trocar a cama (ou reformá-la) se for o caso; e se os meninos brincam até tarde, existem tapetes emborrachados excelentes que os protegem e isolam o som. A mágica vai acontecer, diminui a frequência e cresce a tolerância!

Só com essas seis atitudes, mais de 90% dos problemas rotineiros relacionados aos barulhos são resolvidos. Não fica bom pra todo mundo? Sabe quando a gente percebe que pode mudar pequenos hábitos como esses? Quando alguma coisa do apartamento de cima começa a incomodar a nossa rotina. Aí é que começamos a pensar como os nossos pequenos barulhos podem estar estragando a paz do outro! Será que não dá pra mudar antes disso?

A nossa iniciativa pode mudar tudo. A casa da gente pode e deve ser o melhor lugar do mundo para estar e para viver. Pequenas mudanças podem trazer grandes resultados. Você já pensou nisso?

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.