Angélica Arbex
23 de dezembro de 2020 | 08h44
São Paulo tem 1,5 milhão de apartamentos residenciais. São 6 milhões de pessoas morando em 20 e poucos mil condomínios residenciais. Duas datas no ano, com intervalo de uma semana, registram o maior fluxo de pessoas nos condomínios: natal e ano novo. A conta é simples… 20% dos apartamentos recebem, em média, 8 pessoas cada para a ceia e o almoço de Natal. São mais de 2 milhões de pessoas não residentes passando por portaria, elevadores e transitando nas áreas comuns dos prédios.
Em tempos de normais, onde a convivência não criava riscos sanitários, esta era a época do ano que mais recomendávamos protocolos de identificação prévia de visitantes, reforço nas portarias e listas de presença com todas as informações importantes dos convidados na mão dos controladores de acesso. Esta é a época do ano em que os condomínios estão mais vulneráveis a invasões que sempre acontecempela porta da frente com moradores ou visitantes rendidos.
Agora o risco é outro, a pandemia trouxe para o convívio coletivo nos condomínios, o risco invisível. E como qualquer outra questão que precisa ser discutida na vida vertical, o protocolo para as festas de final de ano nos condomínios em tempos de covid é um equilíbrio delicado entre as liberdades individuais e o bem estar coletivo. Claro que as pessoas têm direito de receber quem elas quiserem em suas casas, ainda mais nessa época. Mas esse direito pode colocar em risco a saúde de toda a comunidade, incluindo pessoas do grupo de risco nos espaços de convivência coletiva.
Não há uma única resposta ou uma regra de ouro que mantenha os condôminos ao mesmo tempo felizes e seguros. Mas algumas dicas podem ajudar. Compartilho aqui com vocês os cuidados que fazem parte do protocolo de biossegurança que construímos em parceria com a UFSCAR, a universidade de São Carlos, todo pensado para a jornada nos condomínios:
O ideal e o que sempre estamos buscando para a harmonia da vida coletiva em tempos tão desafiadores é o equilíbrio, com bom senso, respeito às regras e exemplo. Assim todos saem ganhando e pode ser possível e segura a reunião tão esperada depois de um ano solitário, compartilhado quase que exclusivamente pelas telas de computadores e smartphones. É possível conviver sem aglomerar e ainda assim ter um feliz natal.
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