Não é apenas da Prefeitura a responsabilidade por obras de prevenção a enchentes. Enquanto a administração municipal cuida dos programas de drenagem, limpeza das ruas e bueiros, é o governo estadual - sozinho ou em parceria com as prefeituras - que retira famílias de áreas de mananciais, cuida dos rios e planeja grandes obras estruturais, como piscinões.
Veja a posição dos dois candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto no Estado:
"Precisamos de uma resposta muito mais eficiente contra enchentes, vamos trabalhar isso como tema estratégico. O governo do Estado reduziu em 40% a verba das enchentes e parou investimentos indispensáveis, como o aprofundamento da calha do Tietê. Houve um problema de gestão nos reservatórios da Sabesp. Vamos atacar a raiz da mudança climática, que é ter uma política de meio ambiente e descarbonização da economia paulista, de preservação das matas ciliares, de tratamento de dejetos e do lixo. São Paulo precisa liderar essa agenda e até agora não apresentou nenhuma medida substantiva" / Aloizio Mercadante (PT), em entrevista ao Estado de S. Paulo.
"As várzeas pertencem ao rio. Quando chove, no verão, o rio sobe e ocupa a várzea. No Rio Tietê, entre a barragem da Penha e o Cebolão, foi feito um canal de engenharia. As várzeas foram ocupadas. O rio sobe na época de verão e tem o problema de enchente (...) A várzea moderna é o piscinão. Para consertar um erro de planejamento urbanístico, de má ocupação do solo, o caminho é o reservatório, o piscinão, que eu chamo de várzea moderna. Pretendo fazer 12 piscinões." / Geraldo Alckmin (PSDB), em sabatina no Grupo Estado.
Confira também as propostas de Fábio Feldmann (PV), que defende a chamada "economia sustentável" para evitar as enchentes.
Nos programas de governo apresentados nos sites de Paulo Bufalo (PSOL), Celso Russomanno (PP) e Paulo Skaf (PSB) não há menções ao tema. Em sua última campanha eleitoral, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) ignorou o assunto.
Gabriel Pinheiro