Foto do(a) blog

O blog voltado ao cidadão e ao consumidor

Colégio cobra retirada de ciclovia após decisão judicial em São Paulo

Atualizado às 19h17 para acréscimo de informações Justiça já determinou retirada da faixa, que motivou desentendimentos entre funcionários de escola e Prefeitura O Colégio Madre Cabrini, localizado no bairro de Vila Mariana, zona sul de São Paulo, está cobrando da Prefeitura a retirada de uma ciclovia instalada em frente à unidade de ensino. Na semana passada, a Justiça concedeu liminar atendendo ao pedido de representantes da escola e havia determinado prazo de 48 horas para que a via de tráfego de bicicletas deixasse de funcionar no local.

PUBLICIDADE

Foto do author Marco Antônio Carvalho
Por Marco Antônio Carvalho
Atualização:

Veja também - Ciclovia ganha faixa azul após reclamações da população

Instalada em novembro, ciclovia foi alvo de reclamação de escola, que alega que faixa prejudica segurança de estudantes e fluxo de carros na região. Foto: José Patrício/Estadão

PUBLICIDADE

Apesar da decisão judicial, a ciclovia permanecia intacta na Rua Madre Cabrini até a tarde desta terça-feira, 24. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) foi procurada pelo Estado para prestar informações sobre a demanda judicial e o funcionamento da ciclovia, mas o órgão respondeu que o sistema estava fora do ar e não ofereceria resposta antes do fechamento desta reportagem. Após a publicação, a Secretaria Municipal de Transportes  contatou a reportagem e informou que "a Prefeitura de São Paulo apresentará recurso. E está dentro do prazo, de 48 horas, citado na liminar."

A ciclovia no local é envolta em polêmica desde a sua instalação, em novembro do ano passado. Uma faixa azul chegou a ser pintada ao lado da faixa vermelha para facilitar o embarque e desembarque de estudantes para o colégio após reclamações de funcionários da escola e de pais de alunos.

A determinação contra a ciclovia foi tomada pelo juízo da 8.ª Vara da Fazenda Pública da capital. A autora do pedido é a Associação Madre Cabrini das Missionárias do Sagrado Coração de Jesus, que anexou fotos ao processo e sustentou a inviabilidade do funcionamento da estrutura nessa rua. A associação disse ainda ter tentado contato com a CET para a revisão da implantação da faixa, mas afirmou não ter recebido resposta.

Para a juíza Simone Viegas de Moraes Leme, que atendeu ao pedido liminar, é "patente o perigo de dano irreparável ou de difícil reparação em relação a potencial situação de risco à criança e aos adolescentes que frequentam o Colégio Madre Cabrini e demais  estabelecimentos de ensino que existem no local", segundo expôs na sua decisão.

Publicidade

"Trata-se, pois, de hipótese de tragédia anunciada, sendo desnecessário qualquer prévio conhecimento técnico em engenharia de tráfego para se antever a possibilidade de ocorrência de acidentes mais sérios", acrescentou.  Os argumentos acolhidos falam nas dimensões da rua, no fluxo de pedestres e na quantidade de escolas e clínicas instaladas na região. "Defiro, pois, a medida liminar para que a autoridade coatora, no prazo de 48 horas, providencie a retirada da ciclofaixa instalada na Rua Madre Cabrini", decidiu a magistrada.

A diretora do colégio, Neusa Maria Bueno Ribeiro Rosa, reforçou ao Estado que não se opõe ao projeto de malha cicloviária em desenvolvimento pela Prefeitura, mas dirigiu críticas ao planejamento e à abertura a críticas a faixas instaladas em locais inapropriados, na visão dela. "Eles nos disseram que aqui funcionaria um projeto-piloto, mas estão muito pouco dispostos a ouvir o nosso retorno", disse.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.