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Apesar da decisão judicial, a ciclovia permanecia intacta na Rua Madre Cabrini até a tarde desta terça-feira, 24. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) foi procurada pelo Estado para prestar informações sobre a demanda judicial e o funcionamento da ciclovia, mas o órgão respondeu que o sistema estava fora do ar e não ofereceria resposta antes do fechamento desta reportagem. Após a publicação, a Secretaria Municipal de Transportes contatou a reportagem e informou que "a Prefeitura de São Paulo apresentará recurso. E está dentro do prazo, de 48 horas, citado na liminar."
A ciclovia no local é envolta em polêmica desde a sua instalação, em novembro do ano passado. Uma faixa azul chegou a ser pintada ao lado da faixa vermelha para facilitar o embarque e desembarque de estudantes para o colégio após reclamações de funcionários da escola e de pais de alunos.
A determinação contra a ciclovia foi tomada pelo juízo da 8.ª Vara da Fazenda Pública da capital. A autora do pedido é a Associação Madre Cabrini das Missionárias do Sagrado Coração de Jesus, que anexou fotos ao processo e sustentou a inviabilidade do funcionamento da estrutura nessa rua. A associação disse ainda ter tentado contato com a CET para a revisão da implantação da faixa, mas afirmou não ter recebido resposta.
Para a juíza Simone Viegas de Moraes Leme, que atendeu ao pedido liminar, é "patente o perigo de dano irreparável ou de difícil reparação em relação a potencial situação de risco à criança e aos adolescentes que frequentam o Colégio Madre Cabrini e demais estabelecimentos de ensino que existem no local", segundo expôs na sua decisão.
"Trata-se, pois, de hipótese de tragédia anunciada, sendo desnecessário qualquer prévio conhecimento técnico em engenharia de tráfego para se antever a possibilidade de ocorrência de acidentes mais sérios", acrescentou. Os argumentos acolhidos falam nas dimensões da rua, no fluxo de pedestres e na quantidade de escolas e clínicas instaladas na região. "Defiro, pois, a medida liminar para que a autoridade coatora, no prazo de 48 horas, providencie a retirada da ciclofaixa instalada na Rua Madre Cabrini", decidiu a magistrada.
A diretora do colégio, Neusa Maria Bueno Ribeiro Rosa, reforçou ao Estado que não se opõe ao projeto de malha cicloviária em desenvolvimento pela Prefeitura, mas dirigiu críticas ao planejamento e à abertura a críticas a faixas instaladas em locais inapropriados, na visão dela. "Eles nos disseram que aqui funcionaria um projeto-piloto, mas estão muito pouco dispostos a ouvir o nosso retorno", disse.