PUBLICIDADE

Amanhã é dia de sarau

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Está marcada para às 20h de amanhã, na Casa das Rosas (Avenida Paulista, 37) a primeira edição do Sarau da Casa. Entre os convidados, estão os poetas Sérgio Vaz e Micheliny Verunschk e os músicos Felipe Soares, Emiliano Castro e Vinícius Pereira. O público, é claro, também poderá participar, apresentando seus poemas. Mas o ponto alto da noite, certamente, será o lançamento de um mapa com os 32 pontos onde ocorrem, periodicamente, saraus em São Paulo, conforme o Estado antecipou.

Confira alguns poemas de saraus paulistanos:

Lost na LestePor Vlado Lima

PUBLICIDADE

lost na Leste pra lá do lado B do Boturussu e daí? sou da Sul não tenho medo de teco qualquer porta de boteco basta pra eu me achar sabe como é mano é mano mané é mané em qualquer lugar no Herplim Bombaim Dublim Artur Alvim ou Bagdá

***Hardy har har abaixo de zeroPor Vlado Lima

Publicidade

só sol na cidade, no Pari no Peri no Morumbi sol no Capão no Taboão sol no Morro do Querosene sol na Praça do Pôr do Sol na Ladeira da Memória na Estrada das Lágrimas na M'Boi Mirim

naquele dia o sol ar- dia e acho que só chovia em mim

***Os tiozinhos da mesa do cantoPor Vlado Lima

4 (as vezes 5) tiozinhos sentados na mesa do canto quase todos gordos carecas doentes falidos ou desempregados sentam-se ali há anos religiosamente toda quinta-feira na velha mesa do canto de cara pra Faustolo sentam-se ali há anos com suas barrigas suas dentaduras suas próstatas delicadas seus pânicos & panes seus penicos de prata suas receitas secretas de como obter sucesso comer mulheres & influenciar pessoas e seus planos infalíveis de bombardear Manhattan Oriental

4 (as vezes 5) tiozinhos sentados na mesa do canto acho que eles estão morrendo tem noites -- quando já estão pra lá da 4ª dose -- que dá até pra ouvir seus pensamentos (:) quem cuspirá na cova de quem? quem contará piadas no velório de quem? quem consolará a viuva de quem? quem herdará a solidão da mesa?

Publicidade

***A nível de mar de SolemarPor Vlado Lima

PUBLICIDADE

Mongaguá? to lá Perequê? belê Itanhaém? tudo bem vou sem fitness sem bíceps sem leg press sem spinning e de canja (manja?) levo uma pança de breja pelanca e pneu vou de van Jabaquara/Ocean eu & as mina da Mooca Gonzaga/Bertioga vou na boa na minha vou na janelinha sem culpa sem medo tô gordo? tô brega? pobrema meu! a nível de mar de Solemar todo mundo é tão feio quanto eu

***MáscaraPor Vlado Lima

sexta sim & sexta sim arrasto um sorriso amarelo-melancólico pelas ruas do Jardins /Madalena/Moema e afins não é um sorriso aquele sorriso é só um riso básico bélico bucólico meia-boca mea-culpa com um Q de épico cinemascópico e BUM! de cartoon quem me vê assim buzinando gargalhadas diz : lá vai um sujeito feliz!

***Suicídio docePor Osvaldo Pastorelli

Publicidade

Hemingway quando percebeu que estava perdendo a inspiração, meteu uma bala na boca estourando os miolos. Será que devo fazer o mesmo? Meter na boca uma bala? Não sou aficionado a doce, mas uma bala de café é gostosa, uma de hortelã ou uma de coco, delicia. Afinal, todos têm direito de meter uma bala na boca, se vai adocicar ou estourar os miolos, é outra história, não é mesmo?

***São PauloPor Analice Feitoza de Lima

São Paulo, és chamarisco, com certeza! Filhos postiços te conhecem bem. És berço do trabalho, és fortaleza. Mas para erguer-te vêm povos d'além.

E esperançosos de encontrar riqueza de todos os recantos eles vêm. Insistem na labuta com firmeza se querem conquistar algum vintém.

E o esforço em bloco é que te faz enorme. São Paulo, és a cidade que não dorme. E embora tenhas na alma um peito de aço,

Publicidade

Na condição de irmão hospitaleiro abrigas com carinho lisonjeiro o mundo inteiro, sob teu regaço.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.