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Vereadora do PT acusa assessores de Fernando Holiday de agressão na Câmara; veja vídeo

Tumulto paralisou sessão da Câmara Municipal após Juliana Cardoso denunciar no plenário invasão de sala da liderança do partido por assessores do democrata

Por e Fabio Leite
Atualização:

(Atualizado às 20h15)

A tensão nas redes sociais entre esquerda e direita entrou na Câmara Municipal na tarde desta sexta-feira, 10, em um tumulto envolvendo os vereadores Fernando Holiday (DEM), coordenador do Movimento Brasil Livre (MBL), e a vereadora Juliana Cardoso (PT). A petista assumiu o microfone do plenário no meio da discussão do projeto de lei contra pichadores e acusou assessores de Holiday de invadirem o gabinete da liderança do PT e agredirem funcionários. Holiday disse que a denúncia é "caluniosa". O tumulto paralisou a sessão e a vereadora teve de ser contida por parlamentares.

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"Agrediu verbalmente, com tapa.. Onde já se viu isso? Numa Câmara Municipal, a liderança do Partido dos Trabalhadores, o que é?", disse Juliana Cardoso, que perguntou ainda "que molecagem é essa?"

Segundo a petista, no meio da tarde, membros do gabinete de Holiday abordaram o senador Lindberg Faria (PT), que fazia uma visita à bancada petista paulistana, quando ele já deixava o prédio. No estacionamento do subsolo, com celulares filmando a ação, o teriam chamado de "corrupto". O gesto teria terminado em um empurra-empurra entre militantes do PT e do MBL.

Na sequência, os funcionários do PT se dirigiram à sala da liderança da sigla, no 6.º andar, para uma reunião do mandato de Juliana. Mas a reunião foi interrompida a invasão da sala por duas pessoas. "Eram assessores do Holiday. Entraram xingando e provocando a gente", segundo contou o jornalista André Kuchar, que participava da reunião dos petistas.

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Depois do incidente, Juliana foi ao plenário e relatou o caso nos microfones, quando foi interrompida pelo presidente da Casa, Milton Leite (DEM), padrinho político de Holiday. "Vereadora, pediria que a senhora fizesse uma queixa aqui junto à Presidência, ou à Corregedoria, que são os meios legais. Cabe ao senhor corregedor que tome as providências", disse o presidente da Câmara.

O líder do PT na Casa, Antonio Donato, interrompeu Milton Leite: "Presidente, é um fato extremamente grave, peço que o senhor suspenda a sessão para encaminhar uma solução imediatamente para esse ataque à democracia". Na sequência, aos gritos, disse "fascismo aqui dentro não!"

Juliana correu na direção de Holiday o acusando de agressão e foi segurada, aos gritos, por outros vereadores. Após os ânimos se acalmarem, a petista, o democrata se reuniram no gabinete de Holiday, no 5.º andar, com os vereadores Eduardo Tuma (PSDB), vice-presidente da Casa, e Eduardo Suplicy (PT).

Na saída, Juliana disse os assessores foram identificados e que irá apresentar uma queixa contra eles por agressão. Holiday disse que as acusações feitas pela petista "são caluniosas" e que espera que tenha sido "nervosismo de momento". Ele afirmou que o ocorrido envolveu uma pessoa que não é seu funcionário, mas que um assessor filmava a ação.

"O que aconteceu foi que o Artur Moledo, que tem um canal no Youtube chamado 'Mamãe Falei', que faz parcerias com o Movimento Brasil Livre e grava diversos vídeos em manifestações do PT veio para um evento onde estava o senador Lindberg Farias (PT). E parece que a assessoria, tanto da vereadora Juliana Cardoso como a militância petista, não gostou dessa cobertura e o agrediu. Ele vai prestar queixa na delegacia", disse. "Ao que tudo indica um dos meus assessores filmou a ação. Não sei até que ponto ela estava envolvido nisso. Vou analisar e tomar as devidas providências", completou.

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A Mesa Diretora da Câmara emitiu uma nota oficial:

"Duas pessoas adentraram uma reunião privada do PT sem a devida autorização. A apuração inicial da PM disse que não houve agressão física mas todos os envolvidos ainda serão ouvidos. A presidência da Câmara tomará todas as medidas necessárias para resolver o lamentável ocorrido".

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