PSDB quer presidir CPI da Merenda e escala delegado como relator

Olim (PP) deve ser indicado para relatoria e tucano Marcos Zerbini para presidir comissão que vai apurar desvio de recursos da alimentação escolar no governo Alckmin e em prefeituras

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Por Fabio Leite
Atualização:

A base aliada do governador Geraldo Alckmin (PSDB) na Assembleia Legislativa deve emplacar o deputado tucano Marcos Zerbini como presidente da CPI da Merenda e o Delegado Olim (PP) como relator da comissão que vai investigar o esquema de desvio de recursos da alimentação escolar no governo do Estado e em 22 prefeituras.

A comissão deve ser instalada na semana que vem, mais de um mês após a ocupação do plenário da Alesp por estudantes para pressionar os parlamentares a criar a CPI. Após a ação, a base de Alckmin, que era contra o pedido de investigação feito pelo PT, fez uma nova proposta ampliando o alvo para administrações municipais e assinou em peso o pedido de comissão.

Plenário foi ocupado por três dias. Foto: Alex Silva/Estadão

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Zerbini é advogado e tem como base eleitoral movimentos populares principalmente na área da habitação na zona norte da capital. Já o deputado Olim tem fama de linha-dura e diz que vai usar os mais de 20 anos de experiência como delegado para investigar a Máfia da Merenda.

Olim ficou famoso por ser o responsável pela investigação sobre a morte da advogada Mércia Nakashima, em 2010, que resultou na prisão e condenação do ex-policial Mizael Bispo de Souza. No mês passado, quando a Alesp foi ocupada, Olim chegou a bater-boca com estudantes a favor da CPI ao lado do deputado Coronel Telhada (PSDB).

Oposição. Quando assinou a CPI proposta pelos tucanos, o líder do PT, Zico Prado, disse que o partido deveria ficar com uma das duas cadeiras. Caso contrário, seria uma CPI "chapa banca". Os petistas querem indicar dois nomes para a comissão - o segundo seria Carlos Giannazi (PSOL) - , formada por 9 deputados, mas a base de Alckmin afirma que a oposição só tem direito a uma vaga pelo princípio da proporcionalidade.

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Os líderes partidários devem concluir nesta sexta-feira, 10, a indicação dos nomes dos deputados que devem compor a CPI, que terá 9 integrantes titulares e 9 suplentes e deve durar ao menos 120 dias. Deputados trabalham com a possibilidade de a comissão continuar trabalhando inclusive durante o recesso parlamentar de julho.

O presidente da Alesp, Fernando Capez (PSDB), é um dos investigados pela Operação Alba Branca, da Polícia Civil e da Ministério Público Estadual (MPE), que descobriu um esquema de superfaturamento e pagamento de propina em convênios da Secretaria Estadual da Educação com a Cooperativa Agrícola Familiar (Coaf) para o fornecimento de suco de laranja para merenda no Estado e municípios paulistas.

Outros dois deputados estaduais - Fernando Cury (PPS) e Luiz Carlos Gordim (SD) - foram citados por investigados e delatores da Alba Branca. Todos negam as acusações.

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