Justiça libera prefeito regional de Doria a voltar para Sé

Desembargadora entendeu que Eduardo Odloak pode ocupar cargos públicos até que processo de improbidade contra ele esteja finalizado

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Por e Fabio Leite
Atualização:

O prefeito regional da Sé, Eduardo Odloak Foto: Estadão

A 4.ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo reconsiderou, nesta quinta-feira, 12,a decisão que afastou do cargo o prefeito regional da Sé, Eduardo Odloak, nomeado pelo prefeito João Doria (PSDB). No dia 5, durante o plantão judiciário, a Justiça havia acolhido ação popular que pedia seu afastamento pelo fato de Odloak ser condenado em segunda instância por improbidade administrativa.

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Odloak e a gestão Doria vinham sustentando que, embora a condenação fosse em instância colegiada, o regional não poderia ser enquadrado como ficha suja, uma vez que sua condenação não envolveu comprovação de enriquecimento ilícito -- como manda a Lei da Ficha Limpa. Assim, como o caso ainda não estava transitado em julgado, não havia obrigação de afastá-lo (a condenação é à perda de direitos políticos e de ocupar cargos públicos). O regional entrou com um agravo de instrumento à liminar que o cassou e conseguiu a reconsideração.

"Ainda que esteja presente a condenação à suspensão dos direitos políticos por ato doloso de improbidade administrativa, não se verificou enriquecimento ilícito e dano ao erário, de forma que, ao que se indica, não é hipótese de inelegibilidade", disse a desembargadora relatora do caso, Ana Liarte, em decisão que pode ser lida aqui:

"Sendo assim, e diante do potencial prejuízo à organização administrativa municipal, por ora, nega-se a tutela antecipada pleiteada pelo Agravante, reconsiderando-se a medida liminar outrora concedida, para manter a nomeação do Coagravado Eduardo Odloak ao cargo de Subprefeito da Regional da Sé", diz trecho da decisão.

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Odloak foi substituído, interinamente, pelo secretário adjunto das Prefeituras Regionais, Fabio Lepique. Agora, deve voltar para Sé em meio às ações do programa Cidade Linda, de zeladoria, e da organização dos blocos de carnaval.

O regional disse estar "feliz" com a decisão que, segundo ele, "consertou uma coisa que estava torta". "Espero que essa decisão possa nos dar a tranquilidade necessária para realizar com a força necessária o árduo trabalho que a Sé exige", afirmou Odloak.

O regional foi condenado porque, em 2006, durante a gestão José Serra (PSDB), quando era subprefeito da Mooca, não fechou um shopping center construído irregularmente dentro do prazo que a Justiça entendeu como correto.

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