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Após revés na Justiça, tarifa pode ir a R$ 4,05 e integração para R$ 6,31

Alckmin cogita aumento linear em todos os bilhetes de trem e metrô, mas, mesmo assim, empresas arrecadariam R$ 16,8 milhões a menos do que com a proposta de reajuste suspensa

Por Fabio Leite
Atualização:

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Foto: Felipe Rau/ESTADÃO

Após ser obrigado pela Justiça a revogar os reajustes nas tarifas de integração de ônibus com trilhos (metrô e trem) e nos bilhetes temporais, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) cogita promover um aumento linear em todos os bilhetes pela inflação do período - o índice utilizado é a estimativa do IPC-Fipe para 2016, que é de 6,58%.

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Caso Alckmin decida fazer a correção inflacionária do preço das passagens, a tarifa básica subirá de R$ 3,80 para R$ 4,05 e o valor da integração de ônibus com trem/metrô passará de R$ 5,92 para R$ 6,31. A possibilidade de aumentar todos os bilhetes foi apresentada pelo tucano em seu recurso ao presidente do Tribunal de Justiça, Paulo Dimas, contra a liminar que suspendeu os reajustes parciais.

O desembargador, porém, indeferiu o pedido do governador alegando falta de detalhamento técnico que justificasse os aumentos de 14,8% na integração, que chegou a R$ 6,80, e de até 35,7% nos bilhetes mensais, que chegou a R$ 300, ambos acima da inflação. Com a derrota na Justiça, Alckmin se viu obrigado a cumprir a liminar da última sexta-feira, 11, e revogar os reajustes que entraram em vigor no domingo, 8. As tarifas voltaram ao valor de 2016 nesta quarta-feira, 11.

Ônus. Segundo dados do governo apresentados à Justiça, o aumento linear em todos os bilhetes geraria uma receita tarifária menor do que a prevista com os reajustes parciais na integração e nos bilhetes temporais que foram suspensos. As planilhas mostram uma arrecadação R$ 16,8 milhões menor do Metrô e da CPTM.

Por outro lado, o aumento linear nos bilhetes de trem e metrô colocaria uma pressão sobre o prefeito João Doria (PSDB), que prometeu durante a campanha eleitoral congelar a tarifa de ônibus em R$ 3,80. Restariam duas soluções para Doria: 1) adotar o mesmo reajuste linear do governo Alckmin e arcar com o ônus político de descumprir uma promessa feita aos eleitores; 2) manter a tarifa básica congelada e reajustar os demais bilhetes pela inflação, o que elevaria ainda mais o gasto com subsídios dos ônibus, que já seriam de R$ 3,3 bilhões neste ano com os aumentos barrados pela Justiça.

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Tanto Alckmin quanto Doria afirmaram que vão recorrer judicialmente para retomar apenas os reajustes na integração e nos bilhetes temporais. Ambos consideram a melhor medida porque afeta um número menor de passageiros e mantém a saúde financeira das empresas que operam o transporte público.