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Notícias e Histórias das Cidades de São Paulo

Floresta petrificada de 270 milhões de anos é pesquisada no interior

Por José Tomazela
Atualização:

 

 Foto: Estadão

Há 270 milhões de anos, quando os continentes sul-americano e africano ainda eram um só, o chamado Gondwana, a vegetação onde fica hoje o Estado de São Paulo era formada por árvores ancestrais dos atuais pinheiros e araucárias. Algumas perdiam as folhas em certa época do ano, como ocorre atualmente. Foi a conclusão a que chegou o paleobotânico Rafael Souza de Faria em tese defendida em junho deste ano no Instituto de Geociências da Unicamp, sob orientação da professora Frésia Soledad Torres Branco.

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Para investigar passado tão remoto, Faria vasculhou o solo e encontrou restos de madeira petrificada em sete cidades do interior - Piracicaba, Saltinho, Rio Claro, Santa Rosa do Viterbo, Angatuba, Conchas e Laranjal Paulista (Distrito de Laras). Os lenhos permineralizados, como são chamados, foram cortados e analisados através de microscopia eletrônica. Utilizando estudos botânicos, ele reconstituiu as florestas que cobriam a região.

Durante a pesquisa, o atual professor da Faculdade de Ciências Biológicas da PUC-Campinas fez uma descoberta inédita no Brasil, ao identificar fungos fossilizados junto com a madeira de um dos fósseis. Os fungos podem indicar ter havido um colapso dos ecossistemas durante o período Permiano, pois sugerem a presença de floresta degradada.

Com base nos dados colhidos, ele pode analisar como se caracterizava a vegetação de uma época anterior à dos dinossauros. Parte da pesquisa de Faria foi acolhida para publicação pela Review of Palaeobotany and Palynology, revista internacional de paleobotânica e palinologia (estudos de pólen e esporos fossilizados).

 

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