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Banhos de cura são retomados após reforma de balneário em Águas de Lindóia

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Por José Tomazela
Atualização:

Depois de três anos em reformas, o balneário municipal de Águas de Lindóia volta a oferecer ao público a imersão em águas que curam. Com a reabertura gradual das atividades, devido à queda nos casos de covid-19, os banhos terapêuticos estão sendo retomados. A reforma, que incluiu a recuperação das áreas de balneoterapia, reforma e revitalização do calçadão e reestruturação de áreas turísticas, foi feita com recursos de R$ 5 milhões repassados pelo Departamento de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios Turísticos (Dadetur), da Secretaria de Turismo do Estado.

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Águas de Lindóia é um dos 11 municípios paulistas considerados estâncias hidrominerais. A cidade detém o título de 'capital termal do Brasil'. Suas águas termais, exploradas há mais de 100 anos, são indicadas para tratamento de dores, feridas, lombalgias, hérnias de disco e artrite. Possui também a água de maior radioatividade benéfica em todo o planeta. Os banhos são indicados para tratamento de pele, estética e relaxamento. Em 1969, quando os astronautas norte-americanos chegaram pela primeira vez à lua, a nave Apolo 11 levava garrafas contendo água retirada da fonte Santa Filomena, em Águas de Lindóia.

A reforma envolveu todo o sistema hidráulico do prédio. Espaços como o emanatório, o espelho d'água e o paisagismo receberam melhorias. Com área de 20 mil metros quadrados, o complexo conta com duas piscinas, salas de massagens, duchas, banho de aromaterapia e spa. Os serviços têm valores que variam entre R$ 20 e R$ 100. Os tratamentos de saúde também são disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), quando encaminhados por médicos da rede municipal.

ITALIANO - Águas de Lindóia surgiu da ousadia do médico italiano Francisco Tozzi, nascido em 1870, em Benevento, província de Nápoles. Secretário da Saúde em Milão, ele aceitou o convite de um amigo italiano, pároco em Socorro, para prestar assistência médica no Brasil. Em 1909, já morando em Socorro, ele soube que um padre havia curado uma doença de pele utilizando as águas que jorravam a 28 graus no morro das Águas Quentes. Após analisar a água, o padre Tozzi adquiriu as terras no entorno das fontes e, em 1910, iniciou a construção das Thermas de Lindóia.

Com a fama das águas correndo o Brasil, foi iniciado o engarrafamento em 1916. Em 1929, o padre empreendedor inaugurou o Hotel Glória, hoje Grande Hotel Glória, que marcou a história da hotelaria paulista, atraindo sobretudo a sociedade paulistana. Em 1928, Madame Curie, Prêmio Nobel de Química, visitou as termas de Lindoia e comparou sua radioatividade com as fontes famosas da República Checa e da Áustria, constatando o maior teor de radioatividade benéfica ao organismo.

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O acervo do balneário ainda guarda a nota fiscal emitida em abril de 1969, referente à venda de 100 dúzias de garrafas com 500 ml de água, embarcadas para o Cabo Kennedy, nos Estados Unidos, a pedido da Nasa, a agência espacial americana. Os astronautas Neil Armstrong, Edwin Aldrin e Michel Collins beberam a água mineral de Águas de Lindóia durante sua viagem pioneira ao satélite da Terra.

Balneário reabre em Águas de Lindóia. Foto Prefeitura/Divulgação.  
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