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Victor Brecheret, 120 anos hoje

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Por Edison Veiga
Atualização:

Aniversário. Hoje, são comemorados 120 anos do nascimento de Victor Brecheret, que acabou se consagrando como o escultor de São Paulo. Nascido na italiana Farnese, emigrou para o Brasil e aqui se tornou referência do movimento Modernista. No início da década de 1920, ganhou uma bolsa de estudos do governo paulista e foi estudar em Paris.

São do escultor diversas obras públicas em São Paulo. A mais conhecida, sem dúvida, é o Monumento às Bandeiras - chamado popularmente de "deixa que eu empurro" ou "empurra-empurra" -, próximo do Parque do Ibirapuera.

Mas também são de Brecheret o Monumento ao Duque de Caxias, na Praça Princesa Isabel, e o Fauno, no Parque Tenente Siqueira Campos (Trianon), entre outras.

 Foto: Estadão

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FOTO: SERGIO CASTRO/ ESTADÃO

Filha de Brecheret espalha obras dele pelo mundo

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Doar para divulgar. E divulgar para preservar. Se depender dos interesses da escritora e pesquisadora Sandra Brecheret Pellegrini, a obra de seu pai, o escultor Victor Brecheret (1894-1955), será cada vez mais pública, conhecida e acessível. Nos últimos anos, ela vem doando para instituições de todo o mundo itens de seu pai que integram sua coleção pessoal. No total, 12 Brecherets já foram espalhados assim. E ela quer mais.

"Pretendo doar sempre obras de meu pai. Basta que a entidade que receba dê prestígio e respaldo a Brecheret de forma eterna", diz Sandra. Recentemente, por exemplo, a escultura Portadora de Perfume, de 1924, foi incorporada ao acervo do Senado da França e instalada em área restrita anexa ao Jardim de Luxemburgo, em Paris.

É simbólica a volta da escultura a Paris. Feita em uma das longas passagens do escultor pela capital francesa, a obra foi premiada no Salão de Outono de Paris, em 1924. "A decisão (de fazer as doações) é minha. É uma forma de retribuir ao Brecheret e à imagem dele tudo aquilo que ele me deu", comenta Sandra. Não é pouca coisa. Além do valor sentimental, uma obra do famoso escultor costuma ser bem cotada no mercado.

Para fins de seguro, o Senado francês avaliou em 390 mil euros a Portadora - o equivalente a quase R$ 1,3 milhão. "Ele me deu um nome tão bonito, uma glória tão bonita, que estou pessoalmente deixando seu legado a instituições sérias que vão perpetuá-lo", completa Sandra. "Nós passamos, a arte fica."

Acervo pessoal. À frente da Fundação Escultor Victor Brecheret, Sandra já publicou 11 livros sobre a vida e a obra de seu pai - alguns podem ser baixados, de graça, em www.victor.brecheret.nom.br.

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Ela afirma que ainda tem, em sua coleção particular, "dezenas" de obras assinadas pelo pai - recusa-se a especificar o número. "E estou aberta a conversar com instituições interessadas nas obras", diz. "Minhas condições são sempre avaliando a maneira como a obra vai ser mostrada, porque o que não quero é que uma escultura de Brecheret acabe em um porão qualquer", declara.

Essas tratativas podem levar até três anos. E foi assim que São Francisco, de 1948, acabou na sede do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Washington, no ano 2000. Ou que Bailarina, de 1928, foi incorporada ao acervo da Câmara dos Deputados, em Brasília.

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Tema da coluna veiculada pela rádio Estadão em 17 de fevereiro de 2014

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