PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Paulistices, cultura geral e outras curiosidades

Museu do Ipiranga inicia reabertura

Fechada há dois anos, instituição volta a receber público na biblioteca, mas em novo endereço; prédio histórico segue interditado

Por Edison Veiga
Atualização:

Em parceria com VICTOR VIEIRA

PUBLICIDADE

Dois anos após a interdição, o Museu Paulista - mais conhecido como Museu do Ipiranga - prepara-se para começar, lenta e gradualmente, a reabrir ao público. A biblioteca da instituição, com 70 mil exemplares, deve retomar o atendimento aos interessados neste semestre.

Entretanto, ainda não há planos para o início das obras de restauro do prédio-monumento, construído em 1890 e inaugurado em 1895. Ao custo mensal de R$ 172 mil, o Museu locou sete imóveis na região do Ipiranga para abrigar os cerca de 150 mil itens do acervo e, claro, a biblioteca - cujo endereço ainda não pode ser divulgado, por razões de segurança.

"Toda a transferência dos acervos e equipes, a serem realizadas até 2016 e já previstas, dependem dos resultados de processos licitatórios", diz a diretora da instituição, a arquiteta Sheila Walbe Ornstein. "Essa transferência envolve grande logística e, nesta escala, nunca foi feita em um museu no País."

Há um mês, o Estado visitou dois dos sete imóveis que vão receber os acervos. Assim como os demais cinco, eles estão passando por pequenas obras de adequação. "Não há como prever quanto tempo os itens ficarão acondicionados neles", diz a historiadora Solange Ferraz de Lima, do quadro de docentes do Museu Paulista. "Portanto, tudo precisa ser feito com muita minúcia, e esta é uma oportunidade única para que toda a coleção seja novamente inventariada, conferida e recondicionada." Dos 79 funcionários efetivos do museu, 60 estão - munidos de capacetes de proteção e respeitando limites de segurança - trabalhando diariamente no interior do prédio interditado, justamente no preparo da transferência.

Publicidade

 Foto: Daniel Teixeira/ Estadão

Obras. O histórico edifício, entretanto, não ficará totalmente vazio para as obras. Cinco dos itens do acervo, entre eles o famoso quadro Independência ou Morte (confira os demais no quadro abaixo) não serão retirados do prédio - devem receber uma proteção em razão das obras. "Só com a retirada dos acervos começam os planos para o restauro propriamente dito", garante Sheila.

Não há estimativas nem de valor nem de cronograma para as obras. Os próprios projetos precisam ainda ser detalhados - na proposta mais ousada, existe a ideia de construção de uma moderna torre anexa ao prédio, onde ficaria a parte administrativa e a reserva técnica da instituição. Esta seria uma solução para o principal problema que precipitou o fechamento do museu, em agosto de 2013: a sobrecarga das toneladas do acervo sobre um edifício do século 19, que não foi projetado para suportar tamanho peso.

Mas tudo ainda está em discussão nas mesas da reitoria da Universidade de São Paulo (USP), a quem o museu pertence. "Estamos preparando estudos, porém os projetos executivos envolvendo diversos consultores e as obras de restauro e modernização ainda dependem de patrocinadores externos à universidade", diz Sheila. "Os gestores reitoriais estão comprometidos na busca destes possíveis patrocinadores."

A quem pergunta, a direção do museu dá a simbólica data de 2022, ano do bicentenário da Independência do Brasil, como limite para a reabertura. A esperança de que não leve tanto tempo - principalmente em razão dos 300 mil visitantes que recebia por ano - mescla-se com a insegurança financeira atual.

Clique na imagem abaixo para vê-la ampliada: Clique na imagem para vê-la ampliada. Infografia: Marcos Müller e Jonatan Sarmento/ Estadão Foto: Estadão
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.