Tesouro da Biblioteca Mário de Andrade, a maior da cidade, o setor de obras raras e de arte sempre foi de difícil acesso ao frequentador comum. Nos anos 1950, a instituição criou uma carteirinha vip para os assíduos do espaço. Com ela, o usuário pulava a triagem e o cadastramento e tinha passe livre ao nobre espaço.
"Tomava um bonde e ia lá pelo menos uma vez por semana", conta o historiador e arquiteto Benedito Lima de Toledo, dono do documento acima - obtido quando ele era um jovem estudante. "Ganhar a carteirinha foi minha glória." A Secretaria Municipal da Cultura não sabe precisar quando foi que o expediente deixou de ser usado.
Até o furto de algumas obras, em 2006, o acesso ao setor era permitido - lá, o frequentador contatava diretamente um bibliotecário. Desde então, até o fechamento da biblioteca para reformas, o acesso só acontecia após agendamento. A previsão é que a Mário de Andrade reabra totalmente em 2011.
Publicado originalmente na edição impressa do Estadão, coluna 'Paulistices', dia 13 de setembro de 2010