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Elefante Branco Turismo: um papo com um dos criadores

Agência fictícia oferece 'tours' por obras irregulares de todo o País

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Por Edison Veiga
Atualização:

Elefante Branco Turismo, uma agência de viagens especializada em obras irregulares.

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Calma, não se trata de algo real - mas, infelizmente, as irregularidades são bem reais. Com página no Facebook, site próprio e um mapa interativo que reúne os principais "elefantes brancos" do Brasil - aquelas obras que custam fortunas e não servem para nada -, a Elefante Branco Turismo é uma agência de viagens fictícia, criada por três publicitários e um economista - Fábio Oliveira, João Pedro Queiroz, João Viégas e Paulo Nascimento.

"O objetivo do projeto é dar ao público uma ferramenta para fiscalizar tanto os políticos como as construtoras", diz o texto de apresentação do grupo. "Além de levantar a discussão sobre a quantidade de elefantes brancos e o mau emprego do dinheiro público, o projeto aborda a dificuldade de pessoas comuns em acessar informações em sites do governo. A navegação ruim, o português jurídico e os textos prolixos dificultam a transparência e a fiscalização. O serviço oferecido pela 'agência de turismo' se faz mais do que necessário: descobrir lugares que ninguém quer você conheça."

O blog entrevistou João Alexandre Viégas Filho, 24 anos, publicitário e diretor de arte do projeto.

Como nasceu o Elefante Branco?O Elefante Branco nasceu a partir do insight de que apesar de muitas vezes os elefantes brancos (obras que representam mau uso de recursos públicos) serem notíciados, não existe nenhuma ação perene que os deixe à mostra. Pensando nisso criamos um mapa interativo onde você pode conhecer esses destinos e um pouco de sua história.

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A ideia é mapear todas as obras irregulares do País? Então é um projeto ainda em andamento?Não, se fóssemos mapear todas as obras irregulares do país precisaríamos de uma equipe gigantesca e de dedicação integral. Nós só mapeamos elefantes brancos. Mesmo assim é um projeto em andamento constante. Afinal, nem sempre descobrimos todas as informações das obras e saem novas informações todo dia.

Quantas obras já estão mapeadas?Já contamos com 23 obras em nosso mapa.

Como vocês pesquisam os dados de cada elefante branco?A gente vai atrás geralmente de relatórios do TCU, Ministério Público e do Jusbrasil. Acreditamos que essas são fontes mais confiáveis. Esse processo vale também quando indicam para a gente alguma obra por via de notícia, ou apenas quando dizem o nome.

Há obras de todas as instâncias (municipal, estadual e federal)?Sim. Não procuramos as obras por instância. O critério utilizado é a utilidade e irregularidade da obra.

Quem são os criadores do projeto?Fábio Oliveira Filho, 23, redator; João Alexandre Viégas Filho, 24, diretor de arte; João Pedro Gomes Queiroz, 23, redator; Paulo Fernando de Oliveira Nascimento, 24, planejamento.

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Qual o objetivo final do projeto?O objetivo final do projeto é mais do que levantar uma discussão. Queremos parar de prestar esse serviço. Queremos que o governo adote esse método de transparência e fiscalização para que o cidadão comum - que tem dificuldade em pesquisar em sites como o do TCU, por exemplo - consiga ter um banco de dados fácil de consultar sobre como o dinheiro dele é empregado e quem o utiliza.Quando o site entrou no ar?O site entrou no ar no começo de fevereiro, mas somente no dia 11 começamos a publicar conteúdo na página e convidar as pessoas a se engajarem conosco, nesse momento, nos indicando outros elefantes brancos.

Quem banca o projeto?Somos nós quatro que bancamos o projeto. Até então não tivemos muitos custos, mas a ideia é que a gente desenvolva um site com mais recursos.

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