É o dilema daquela propaganda de bolacha. Artur Rodrigues arranca boa literatura dos espaços e fatos urbanos - Praça Roosevelt, metrô, PM amigo de traficante - porque é um baita jornalista, desses que sacam o mundo com sagacidade, espontaneidade e agilidade? Ou ele faz jornalismo de primeira linha justamente pela sua habilidade em enxergar e relacionar personagens, coisas e enredos, de modo que o real encha as páginas do jornal e ainda sobrem muitas ficções para contos como os que estão neste livro?
Não importa. Vale é devorar cada uma das histórias de sua lavra, escritas com ritmo e cores, cheias de tipos estranhos que poderiam muito bem existir de verdade. Ou estar em um filme do Tarantino.
Que este O Ato de Riscar Um Palito de Fósforo marque o reconhecimento de um escritor que nasce, sem precisar matar o jornalista. Leia sem moderação.
Lançamento amanhã, dia 11 de maio, a partir das 19h, no bar Canto Madalena (Rua Medeiros de Albuquerque, 471).
Tema da coluna veiculada pela rádio Estadão em 10 de maio de 2013