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Paulistices, cultura geral e outras curiosidades

Museus paulistas destacam papel dos imigrantes

Por Edison Veiga
Atualização:

Tema será abordado na Semana Nacional dos Museus, entre segunda e domingo que vem, e tem inspiração em obra de Guilherme de Almeida

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Em 1929, o poeta, advogado e jornalista Guilherme de Almeida escreveu uma série de reportagens, publicadas pelo Estado, sobre os bairros formados por imigrantes em São Paulo. Em 1962, a coletânea virou livro - batizado de Cosmópolis. E, agora, serve de inspiração para os museus paulistas. Trata-se da programação especial prevista para a Semana Nacional dos Museus, que envolve as instituições de segunda a domingo que vem.

No caso paulista, uma oportunidade para aprender mais sobre como os imigrantes construíram o Estado. A programação completa pode ser conferida em www.cultura.sp.gov.br. E mais: na sexta, dia 18, a entrada será grátis nesses museus.

"O desenvolvimento paulista tem na imigração um fator estrutural", diz o secretário estadual da Cultura, Marcelo Araujo. Na Casa Guilherme de Almeida (Rua Macapá, 187, Perdizes), onde o poeta e jornalista viveu, haverá uma exposição que pretende esmiuçar o livro e fazer um paralelo entre a cidade daquele tempo e a metrópole atual. Também estão previstas mesas-redondas e palestras.

 Foto: Estadão

A mesma toada é seguida pelo Catavento (Palácio das Indústrias). O museu volta-se para o bairro do Bom Retiro, contando histórias de judeus e coreanos, que, em diferentes levas, povoaram a região. Na Pinacoteca do Estado (Praça da Luz, s/n.º) estarão em destaque as obras criadas por artistas imigrantes que vieram para São Paulo e contribuíram para a construção da cidade (na imagem acima, por exemplo, uma esquina do Anhangabaú na visão de Jorge Mori).

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O Museu de Arte Sacra (Avenida Tiradentes, 676, Luz) realiza a visita temática Bairro Luz: das Origens à Contemporaneidade, também mostrando a história da região onde está.

 Foto: Estadão

Para os apaixonados por fotografias antigas, o programa é conferir a mostra exibida no Museu Afro Brasil (Parque do Ibirapuera, portão 10). Chamada de São Paulo em 1860 - O Olhar de Militão Augusto de Azevedo, a mostra traz retratos de cidadãos negros livres tirados no estúdio do fotógrafo (exemplo acima).

O Museu da Língua Portuguesa (Praça da Luz, s/n.º) aproveita a semana para explorar, com os visitantes, as possibilidades da criação literária com base na diversidade cultural brasileira. No dia 20, por exemplo, haverá a visita temática Antropofagia das Palavras, que estimula visitantes a perceber o uso de termos de origem africana, indígena e de imigrantes na língua portuguesa.

O Museu da Imagem e do Som (Avenida Europa, 158, Jardim Europa) promove uma oficina de fotografia sobre Cosmópolis. De 14 a 20 de maio, das 14 às 17 horas, 20 pessoas serão orientadas a registrar os lugares mencionados por Guilherme de Almeida e a influência de imigrantes na cidade. A oficina custa R$ 50 e cada participante deve levar sua máquina fotográfica.

Exposição virtual. Mesmo fechado para reforma, o Museu da Imigração também participa da programação. O local preparou uma exposição virtual com depoimentos de moradores de vários bairros de São Paulo, abordando os lugares guardados em sua memória e a construção da identidade na metrópole cosmopolita. A exposição virtual estará disponível em www.museudaimigracao.org.br.

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A Semana Nacional dos Museus é mobilizada pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), com a participação de 1.006 instituições em 500 municípios de todo o País.

Reportagem publicada originalmente na edição impressa do Estadão, dia 9 de maio de 2012

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