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Política paulistana

Tripoli admite abrir mão de candidatura ao TCM

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Por Diego Zanchetta
Atualização:

O vereador Roberto Tripoli (PV), de 59 anos, admitiu hoje, pela primeira vez, abrir mão de disputar com o secretário de Relações Governamentais, João Antonio (PT), uma vaga ao Tribunal de Contas do Município (TCM). Abandonado nas últimas duas semanas por aliados que em dezembro assinaram uma lista de apoio à sua candidatura, Tripoli avalia que a vaga não pode ter disputa em plenário.

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"A indicação ao TCM é uma homenagem a um vereador, e não uma disputa, na minha opinião", afirmou Tripoli ao blog Política Paulistana. A gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) quer que o Legislativo faça amanhã, na sessão da volta do recesso, a indicação de Antonio, deputado estadual licenciado, para a vaga.

"Procurei o prefeito por três vezes, os presidentes de todos os diretórios do PT, as lideranças do partido. Mas o prefeito indicou outro candidato. E muita gente resolveu apoiar o candidato do governo", acrescentou o vereador, sem esconder a mágoa com a decisão de Haddad.

Sem a vaga ao TCM, Tripoli deve se transformar em um dos principais opositores ao governo do PT nos próximos três anos. Vereador mais votado de São Paulo em 2012 e atualmente no sétimo mandato consecutivo, o ambientalista deve liderar o bloco de oposição, encabeçado hoje por PSDB e parte do PSD.

O vereador também luta para levar o PV para a oposição com a saída de Ricardo Teixeira (PV) da Secretaria do Verde e Meio Ambiente - Teixeira será candidato a deputado federal.

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Neste momento, Tripoli almoça com seu "coordenador de campanha", o ex-tucano Dalton Silvano (PV), e com outros apoiadores, na tentativa de tomar uma decisão final. A desistência, porém, é dada como certa tanto na oposição como no governo. "Eu tinha 35 assinaturas de apoio dos 55 vereadores em dezembro. Mas muita gente em janeiro, mesmo sabendo que não poderia assinar outra lista, assinou", disparou Tripoli. "Na minha opinião a Câmara deveria indicar para o TCM um vereador ou alguém da sociedade civil. E não um deputado estadual."

INFLUÊNCIA

A corte do TCM, formada por cinco conselheiros (entre eles quatro ex-vereadores), é responsável por analisar e fiscalizar anualmente cerca de R$ 20 bilhões em contratos do Executivo e do Legislativo. As bilionárias licitações do lixo e do transporte público, por exemplo, são auditadas pelo Tribunal, que tem 700 funcionários e verba anual de R$ 200 milhões. São eles também que precisam todos os anos aprovar as contas do prefeito - se for rejeitada, a contabilidade torna inelegível o chefe do Executivo por quatro anos.

 

Tripoli (PV), vereador mais votado em 2012, deve abrir mão de candidatura ao TCM; ele diz ter perdido apoio de colegas cooptados pelo governo Foto: Estadão
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