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Política paulistana

Evangélicos rompem com Haddad e agora querem CPI

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Por Diego Zanchetta
Atualização:

Após o prefeito Fernando Haddad (PT) vetar hoje a brecha aprovada pela Câmara Municipal que reduzia regras e a exigência de documentação para a construção de novos templos religiosos, a bancada evangélica ajuda a oposição neste momento a aprovar a CPI dos Transportes, em sessão tensa realizada no Palácio Anchieta. Os vereadores Souza Santos (PSD) e Jean Madeira (PRB), pastores da Igreja Universal, se rebelaram contra os governistas em plenário. Estudantes e líderes do Movimento Passe Livre acompanham os trabalhos e pedem a instalação da investigação.

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"Tem de ter palavra. Eu tenho palavra com o governo e com a população", disparou Madeira, visivelmente exaltado. Segundo os evangélicos, havia acordo com o governo para a sanção do artigo do Projeto Simplificado que estendia para igrejas o fim de regras criadas para desburocratizar a construção de imóveis comerciais e residenciais para até 600 pessoas. Mas Haddad sancionou a lei, publicada hoje no Diário Oficial da Cidade, e vetou o artigo que favorecia as igrejas.

Santos é o mais nervoso no plenário e já chegou a discutir com os colegas governistas Arselino Tatto (PT) e Police Neto (PSD). Eduardo Tuma (PSDB), líder da Frente Parlamentar Cristã, que conta com 17 dos 55 vereadores, conseguiu a adesão de outros evangélicos governistas para a CPI, como o de Sandra Tadeu (DEM) e de Edir Sales (PSD). Líder do PHS, Laércio Benko também se rebelou da base governista após o veto do prefeito.

O governo e a bancada do PT, com 11 vereadores, tenta a todo custo barrar a criação da comissão. "Não existem argumentos sólidos e nem denúncia nova para que seja criada uma comissão", argumenta Arselino Tatto (PT), líder da gestão Haddad. A ordem no governo é tentar antecipar a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e fechar o Legislativo para recesso até agosto. Líderes de perueiros, Senival Moura (PT) e Milton Leite (DEM) tentam ajudar o governo a barrar a comissão.

Na reunião do colégio de líderes, Tatto foi vaiado pelos estudantes após defender o voto contra a CPI. "É difícil ver que o Partido dos Trabalhadores, ao invés de ficar do lado do povo, prefere ficar do lado dos empresários, protegendo eles", disparou. "Já vamos avisando que protesto para nós não tem recesso."

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As chances de a CPI ser aprovada hoje, porém, são remotas. O Passe Livre, com cerca de 20 representantes nas galerias da Câmara, grita que "amanhã vai ser maior" a presença do grupo.

 

Souza Santos (PSD), da Igreja Universal: bancada evangélica ajuda aprovar CPI após Haddad vetar benefício para templos Foto: Estadão
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