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Espaços públicos, caminhadas e urbanidade.

O novo piso do calçadão do Centro

Por Mauro Calliari
Atualização:

A Prefeitura de São Paulo já escolheu o material que vai ser aplicado no calçadão da região central. Trata-se de placas de concreto pré moldadas, como essas que estão na foto abaixo, escolhidas após um período de testes.

O piso escolhido, testado em trecho da Rua Dr. Miguel Couto. Foto: Mauro Calliari Elas vão substituir as pedras portuguesas, como as da foto abaixo.  
O piso escolhido, testado em trecho da Rua Dr. Miguel Couto. Foto: Mauro Calliari Elas vão substituir as pedras portuguesas, como as da foto abaixo.  

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O piso atual, com pedras portuguesas e concreto. Foto: Mauro Calliari

Segundo a coordenadora da Comissão Permanente de Calçadas de São Paulo, Matilde da Costa, a principal razão pela opção das placas é a fácil manutenção, principalmente diante das tantas reformas das concessionárias, empresas de telefonia, além da ENEL e SABESP, que criam remendos horríveis a cada intervenção.  

Algumas pessoas reclamaram da substituição das pedras portuguesas, principalmente pelo valor simbólico -- o material está sendo usado desde o início dos calçadões, em 1976, numa época em que ainda havia bancos, luminárias e floreiras.    

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O calçadão em 1979. Foto CET  

É triste, mas o fato é que a Prefeitura nunca conseguiu fazer manutenção adequada, o que leva os aproximadamente dois milhões de pessoas que andam pelo Centro todos os dias a driblar os buracos e tropeçar nas irregularidades.       Diante da nossa incapacidade crônica de fazer manutenção em viadutos, fiação, praças e calçadas, talvez seja inevitável escolher o caminho mais pragmático, numa solução que, se não é a mais bonita, pelo menos, parece um revestimento digno e seguro para os pedestres.     Por outro, lado, é importante mesmo preservar um pouco da memória das simpáticas pedras portuguesas -- e dos calceteiros, os profissionais especializados nesse piso, uma profissão que está desaparecendo -- que nos acompanharam nas últimas décadas.     Como a Praça Patriarca e o Viaduto do Chá são tombados e terão que manter as pedras, poderia ser incluído  no projeto algum um desenho bonito, que valorize a memória dessa herança de Portugal, tão presente no Brasil, como nos calçadões de Copacabana ou em Manaus. Ou como nesse trecho da avenida Liberdade, em Lisboa, abaixo.    

Avenida Liberdade, Lisboa. Foto: Descubra Lisboa

A expectativa da Prefeitura é fazer a licitação no 2° semestre, com o término das obras em 2020.

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