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Espaços públicos, caminhadas e urbanidade.

Inaugurada a faixa verde na região da Berrini, o primeiro passo em direção à "rua completa".

Por Mauro Calliari
Atualização:

Rua Joel Carlos Borges, com as calçadas aumentadas. Foto: M.Calliari

Na saída da estação Berrini, mais de 1800 pessoas que trabalham na região se acotovelam na Rua Joel Carlos Borges disputando espaço com menos de 200 carros.

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A partir de amanhã, elas vão encontrar mais espaço, graças ao aumento da área de pedestres.

O projeto surgiu em 2014, num concurso da WRI, uma organização internacional pelo aumento da segurança no trânsito, e foi vencido pela Urb-i, especialista em espaços públicos. Paulo Carmagnani Franco, da Urb-i, conta que o projeto teve que aguardar a mudança de gestão municipal e andou depois que conseguiu apoio da Secretaria de Mobilidade e Transporte e da Prefeitura Regional de Pinheiros.

 

A importância da microacessibilidade

 

Qualquer ganho de espaço e conforto para os pedestres merece ser comemorado.

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A Berrini é uma região que atraiu tantos escritórios e tanta gente que hoje é comum motoristas esperarem até 30 minutos para conseguirem sair das garagens. O trem é uma alternativa natural. Além da freqüência dos trens e da qualidade, porém, é preciso também cuidar da tal "microacessibilidade" - as condições de acesso à estação.

A faixa verde aumenta a segurança e o conforto de quem chega ou sai da estação de trem, numa região com calçadas notoriamente estreitas.

 

As fases do projeto

 

O projeto está sendo feito em fases. Além da redução da velocidade dos carros para 20km/h, já implantada pela CET, Marta Obelheiro, daWRI Brasil explica que a ideia é a instalação sucessiva de mobiliário urbano, lixeiras, acessos para carga e até a abertura de um espaço público que hoje está murado. "A proposta é ter desenhos de baixo custo que possam ser instalados rapidamente e que permitam a experimentação antes da instalação definitiva".

O objetivo é chegar ao que alguns especialistas chamam de "rua completa", com calçadas largas, árvores, mobiliário urbano, sinalização e segurança.

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O resultado da intervenção na primeira fase é relativamente simples e até surpreende que tanto tempo tenha se passado até que se decidisse por intervenção tão necessária.

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Por uma coordenação das intervenções no Espaço Público

A coordenação entre diferentes áreas de Prefeitura talvez pudesse ser acelerada se houvesse uma área responsável pelos Espaços Públicos, cuidando das negociações entre as áreas de Transporte, Prefeituras Regionais, Obras e Desenvolvimento Urbano.

Na Cidade do México, por exemplo, já existe essa função, que cuida desde a negociação com os habitantes e comerciantes, até o projeto final e a execução da obra. O resultado é que lá eles já conseguem chegar ao conceito de "rua completa", que é o mote para essas iniciativas. Quem sabe não se possa criar essa posição aqui para que os projetos andem mais rápido.

Primeiro passo em direção à "rua completa"

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De qualquer modo, a iniciativa é muito bem vinda. Que a Secretaria de Mobilidade e Transportes esteja incluindo o modal a pé nas suas preocupações, mais ainda.

Vamos acompanhar as próximas melhorias nessa rua e em outras. Há muitas estações de metrô, ônibus e trem esperando para melhorar a microacessibilidade.

 

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