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Shopping usou filial carioca para pagar fiscal, diz delator

Dinheiro da renda de um estacionamento teria sido usado para custear propina em SP, paga após pressão de fiscais da Secretaria Municipal de Finanças

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Por Bruno Ribeiro
Atualização:

Delação premiada acertada pelo Ministério Público Estadual mostra que o suposto pagamento de R$ 1,5 milhão feito pelo MorumbiShopping, da zona sul, a fiscais da Secretaria Municipal de Finanças, aconteceu com intermédio de uma filial carioca do shopping, o BarraShopping. A defesa do shopping diz que a empresa foi vítima de uma extorsão. A investigação do caso trabalha com a mesma possibilidade. A propina é investigada em uma ação que inclui suspeitas de pagamentos feitos por diversos shoppings de São Paulo. O dinheiro garantiria às empresas redução dos valores devidos do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Entenda o caso aqui: Shopping deu R$ 1,5 milhão de propina, diz delator Segundo delação premiada colhida pelo Grupo Especial de Delitos Econômicos (Gedec), do MPE, que investiga o caso com a Controladoria-Geral do Município, após ser pressionado pelo ex-fiscal Luís Alexandre Cardoso de Magalhães, um executivo do MorumbiShopping dividiu a propina em cinco parcelas de R$ 300 mil. O depoimento foi colhido em 20 de julho, e a delação foi homologada pela Justiça há duas semanas. Segundo a delação, o executivo "disse que entregaria (o pagamento) em dinheiro vivo, mencionando na ocasião que o dinheiro sairia da renda do estacionamento do BarraShopping, no Rio de Janeiro", que pertence à mesma empresa do Morumbi, "para que não se levantasse suspeitas". Também segundo o depoimento, o executivo teria ciência de que outro shopping do mesmo grupo, o Anália Franco, também tinha irregularidades. Todos os pagamentos foram feitos em dinheiro, entre o fim de 2012 e o começo de 2013. "A última parcela deveria ser entregue quando Luís Alexandre já tinha conhecimento que estava sendo investigado pela Controladoria do Município. Luís Alexandre achava que não iria receber a última parcela em razão da investigação", continua a delação. Mas o pagamento terminou por ser feito. A investigação citada é a da Máfia do Imposto Sobre Serviços (ISS), da qual Magalhães também era um dos operadores. O delator afirmou que ficou com 10% do valor da operação e disse que Magalhães dividiu o dinheiro também com outros servidores públicos municipais. A delação é uma entre diversos depoimento que vem sendo tomados desde o começo do ano em uma investigação sobre esquemas relacionados aos shoppings. Defensor do Morumbi, o criminalista José Luiz de Oliveira Lima afirma que "apesar de não ter tido acesso ao termo de delação, uma vez que o inquérito é sigiloso, registro que o shopping foi vítima de extorsão praticada por fiscais da Prefeitura. Estamos apoiando as investigações e em contato direto com o Ministério Público." A defesa de Magalhães não foi localizada para comentar o caso.  

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