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Às vésperas de decidir sobre Uber, Prefeitura recebe mapa da falta de táxis; veja

Empresa faz estudo com base em dados de aplicativos de táxis e afirma que faltam 20 mil veículos em SP; 20% dos chamados não são atendidos

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Por Bruno Ribeiro
Atualização:

De mesma forma que a SPTrans usa dados dos GPSs instalados nos ônibus da cidade para saber velocidade, quantidade de passageiros e andamento dos ônibus, a Prefeitura está buscando informações digitais para fechar o cerco dos táxis de São Paulo.

Aplicativos de corridas, como o 99Táxis e outros, têm essas informações -- e já as repassaram para o Departamento de Transportes Públicos (DTP), órgão que fiscaliza os carros de praça. Com os GPSs dos celulares, é possível saber onde está cada táxi que tem esses aplicativos, e saber qual é a origem e o destino de todas as corridas, além de saber quais são as principais formas de pagamento e quantos chamados não são atendidos. A Prefeitura já recebeu os dados dos aplicativos. Agora, analisa como usar essas informações para melhorar o serviço e a fiscalização. Segundo a 99Táxis, o mapeamento mostra que 1) faltam ao menos 20 mil táxis em São Paulo e 2) 20% dos chamados não são atendidos. Neste mapa, dividido por subprefeitura, feito pela 99Táxis, é possível ver os bairros em que mais se espera por uma corrida. Quanto mais escuro, mais falta táxi.

 

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Mais que os 20 mil veículos extras, a 99Táxis diz que seria possível subir de 175 unidades para 5 mil o número de táxis de luxo, uma categoria especial e quase desconhecida na cidade. Ainda segundo a empresa, 20% dos pedidos de táxi não são atendidos por falta de veículos.

Já neste segundo mapa, abaixo, é possível ver a disponibilidade de carros. Quanto mais escuro, maior é a a falta de táxis.

 

Cruzando os dois mapas, dá para ver o óbvio: na periferia, onde há menos táxis, as pessoas esperam mais tempo. A conclusão, também óbvia, é que mais táxis nas bordas da cidade fariam a espera diminuir.

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Uber. O táxi de luxo, que cobra bandeira de R$ 6,75 (contra R$ 4,50 a bandeira 1 do táxi comum) é visto como um potencial concorrente direto do Uber, o aplicativo que vem se apresentando como uma alternativa ao táxi.

O DTP também tem buscado nas empresas de aplicativo formas de avaliar os motoristas de táxi, a exemplo do que a Uber faz com seus motoristas.

O projeto de lei aprovado na Câmara Municipal há duas semanas que proíbe o Uber passou depois que o prefeito Fernando Haddad (PT) apresentou uma emenda ao projeto.

A emenda dava uma brecha para que a Prefeitura regulamente o Uber e exigia que os taxistas se submetessem a avaliações -- como os aplicativos de táxis já fazem.

Pontos.

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Uma das mudanças em análise é o fim dos pontos de táxi. Como os aplicativos fazem o taxista ser chamado onde o cliente está, os pontos, cuja ocupação é definida por sorteio, poderiam se transformar em "mini-bolsões", vagas de estacionamento exclusivas para qualquer táxi perto de estações de metrô e trens, casas de shows, shoppings e outros pontos de interesse. Reações. Sempre contrário a qualquer iniciativa que aumente o número de táxis na cidade, o presidente do Sindicato dos Taxistas, Natalício Bezerra, não gostou da pesquisa. "Você me desculpe, mas eles não entendem nada de táxis", disse. "Se você coloca mais 20 mil táxis na cidade, os carros não vão render, vão ficar sucatados e a população não vai gostar. É isso o que está acontecendo em outras cidades do mundo", conclui Bezerra.

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