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Histórias de São Paulo

Uma tarde em Valhala

Por Pablo Pereira
Atualização:

 Outro dia, um amigo, que esteve em Nova York, comentou o alto fluxo de brasileiros em passeio pelas ruas da capital do mundo. "É um bom lugar para você exercitar seu português", brincou ele ao lembrar da quantidade de gente daqui que anda por lá. Lembrei dele hoje ao visitar a exposição de fotografias de Andreas Feininger no Museu Lasar Segall.

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É uma maravilhosa coletânea de imagens de uma Nova York em pleno rush nos anos 40, 50 e 60. O olhar de Feininger revela um ambiente absolutamente fascinante em preto e branco. Há imagens belíssimas, outras intrigantes - como a do cemitério judaico no Queens, de 1941. Há também os grandiosos navios, como o United States, de 1950, zarpando para a Europa.

Passeando pelas salas, "viajei" também na memória até uma descrição da cidade que li, certa vez, e que dizia: " (...) ah, Nova York, os Estados Unidos são o Valhala do jornalismo". É extrato de um texto de Gore Vidal, em 1876 (Editora Rocco, 1997). O escritor trata das impressões de um americano, Charles Schermerhorn Schuyler, que retorna à cidade, justamente em um navio, após 40 anos de vida na Europa.

 Aliás, outro dia, li uma entrevista da nova dama da notícia americana, Jill Abramson, primeira mulher indicada para o cargo de editor-chefe do centenário e poderoso The New York Times, sucedendo Bill Keller, o homem dos 18  prêmios Pulitzer. Encontrei lá citação semelhante àquela do mitológico lugar perfeito do senhor Schuyler - só que a senhora Abramson se referia ao próprio Times.

E, como uma coisa puxa outra, lembrei que Keller, como o Schuyler de Gore Vidal, tem uma Emma em sua vida. A do livro é filha do personagem; a de Bill Keller, sua mulher, Emma Gilbery Keller.

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 Mas, voltando ao Museu Lasar Segall... Foi uma bela tarde. Um belo passeio, na companhia de minha mulher, pelas salas agradáveis do casarão Segall na Vila Mariana. Passamos alguns momentos numa mini Valhala.

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