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Histórias de São Paulo

Um livro que lembra a medida certa da mulher dos anos 50

Por Pablo Pereira
Atualização:

Minha amiga paulistana Giovanna Montemurro, jornalista, recebeu da avó uma edição de um curioso livro sobre a vida nos anos 50, presente à época nas casas preocupadas com a educação feminina: a Enciclopédia da Mulher. Editado no Brasil pela Editora Globo em 1955, lembra Giovanna que o "livrão", como ficou conhecido na família dela, é uma tradução do francês. Sabendo que este Blog da Garoa curte a memória, "emprestou" o tesouro para leitura.

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Há lá coisas maravilhosas e reveladoras do comportamento da época. De dicas de arquitetura e decoração em seção assinada por ninguém menos do que Lina Bo Bardi a tarefas que hoje são executadas à larga por homens, como cozinhar, organizar recepção, cuidar das crianças. Há ainda capítulo sobre a mulher no trabalho, cuidados com a beleza e aquelas coisas que são mesmo exclusivas das mulheres, como a maternidade, a amamentação dos bebês. E há também uma lista de livros que toda moça deveria ler. "Nunca tive aborrecimento que uma hora de leitura não dissipasse" - escrevia Montesquieu", diz a Enciclopédia.

E quem está pensando que a obra aconselha somente distração e afazeres culinários e domésticos, coisas de uma mulherque não existe mais, engana-se. Entre os livros indicados estão obras como Dom Casmurro e Memórias Póstumas de Braz Cubas, de Machado de Assis, e O Tempo e o Vento e a Vida de Joana D´Arc, de Erico Verissimo. E mais: O Idiota, de Dostoiewski; O Caminho de Swann, de Proust; Madame Bovary, de Flaubert; A Mãe, de Gorki, além de Balzac, Stendhal, Tolstoi. "É preciso lê-los e relê-los (sic)", ensina a Enciclopédia.

Essa relíquia de biblioteca, memória conservada pela vovó de Giovanna, dona Dima (de Nadima), contém ainda uma curiosa tabela sobre as medidas físicas para a mulher perfeita. Mostra, entre outras coisas, que num corpo feminino dos anos 50 a barriga da perna devia ter a mesma medida do pescoço, 34,2 centímetros!

   

Reprodução

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