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Histórias de São Paulo

Ruy, a representação política e as contas do mês

Por Pablo Pereira
Atualização:

Lendo outro dia sobre estudantes que vieram para São Paulo nos anos 60 e 70 do Século 19, quando a cidade ainda tinha por volta de 50 mil habitantes mas já era um centro efervescente dos ideais abolicionistas e republicanos, relembrei de como tem mudado a cara da representação política brasileira.

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 Ruy Barbosa, que chegou a São Paulo pouco mais do que um garoto e que com 18 anos já militava na política, escrevia artigos em jornais e discursava contra o Imperador, esteve ameaçado de abandonar os estudos na Faculdade de Direito do Largo São Francisco por causa de dinheiro.

 Até aqui, tudo bem. A vida, em geral, não era fácil naquela época, como não o é hoje para muita gente. Mas o interessante é por que isso ocorreu: o pai de Ruy, João Barbosa, um liberal baiano, médico, metido em disputa política com um irmão, tinha perdido a cadeira de deputado pela Bahia. E vivia sabe como? Da renda dos doces fabricados pela mulher, Maria Adélia.

Com a morte dela, conta Luís Viana Filho no biográfico A vida de Rui Barbosa, "extinguira-se a única fonte de renda certa da família - o fabrico doméstico dos doces". E o filho, Ruy, estudando em São Paulo. Não fosse a mão de amigos do pai (ah, os amigos!), Ruy Barbosa não poderia ter prosseguido nos estudos no Largo São Francisco.

 

(post atualizado com reprodução de caricatura publicada no livro In Memoriam - Rui Barbosa - 1849 - 1923 e correção da grafia de Ruy, como ele assinava. Obras que escreveram nome com "i" foram respeitadas)  

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