Pablo Pereira
06 de março de 2021 | 14h54
Sabe aquela animação do rosto da Mona Lisa, a obra do Da Vinci, piscando e sorrindo, que o Link mostrou outro dia? Ou o movimento dos rostos dos pintores Rembrandt e Van Gogh? São exemplos do uso da inteligência artificial (IA) com imagens, prática inovadora criada por ferramentas de tecnologia fantásticas que estão revolucionando empreendimentos em serviços financeiros, comércio e marketing. Esse mercado aposta milhões de dólares no uso da IA pelo mundo. Um recente estudo das empresas everis e Endeavor sobre esse negócio na América Latina mostra que o Brasil quase dobrou participação no setor em dois anos, saltando de 120 empresas, em 2018, para 206 (2020).
#DeepNostalgia
Mona Lisa animated with MyHeritage.#monalisa #painting #contemporaryart #deepfake #DeepLearning #fineart #animation pic.twitter.com/Hq10cBOBLO— Andrey Frolov (@kznsq) February 27, 2021
“A adoção da Inteligência Artificial (IA) está em seu maior ponto de inflexão, com um mercado previsto de US$ 70 bilhões”, diz relatório (veja o link abaixo), que analisa o setor com o foco na América Latina. O estudo explica que embora a região ainda esteja longe dos poderosos recursos aplicados em IA na América do Norte, Ásia e Europa, o interesse empresarial por aqui é crescente.
Lembram também daqueles drones sobrevoando lavouras? Pois até na roça encontramos uso da IA. Pelo menos 5% deste mercado está na agricultura, informa o documento. Na liderança estão setores de software corporativo, com quase 40% do mercado; comércio, com 12%; seguido de saúde, marketing e serviços financeiros, com 7%.
O Brasil, com 42% do mercado, em 2020, lidera em IA na América Latina. O México, o segundo país que mais cresceu, passou de 34 empresas de IA (2018) para 97 empreendimentos no ano passado, compara o documento.
“Nossa análise indica que esse hub de empreendedores é formado por 490 empresas de inteligência artificial, que empregam mais de 38 mil pessoas, levantaram mais de US$ 2,2 bilhões de capital e faturaram mais de US$ 4,2 bilhões”, diz o relatório. O documento destaca também que o ambiente de isolamento social provocado pela pandemia da covid-19 foi fator de impulsão da expansão no setor.
Mas a pesquisa contém um alerta. “Embora o crescimento e o futuro da IA sejam promissores, devemos ser cautelosos com os números”, afirma o relatório. “De 2018 a 2020, embora tenham sido fundadas 51 novas empresas de inteligência artificial, o estudo identificou um total de 66 empresas que fecharam as portas, representando 28% das 240 empresas identificadas em 2018, o que evidencia a dificuldade dos empreendedores se manterem no mercado.”
Confira aqui a pesquisa.
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