A imagem de um índio guarani sendo arrancado do plenário do STF, publicada nos jornais de sexta-feira, 27, é uma brutalidade. Mas não deve espantar ninguém. Se o guarani, que foi expulso da Suprema Corte brasileira porque disse o que pensava enquanto um ministro lia, tivesse ficado lá quietinho, com seu cocar a enfeitar as fotos oficiais do clima de "democracia racial" da República, tudo bem.
Mas é índio, tem outra cultura. Sem as travas dos ambientes dos brancos, falou. Perturbou. E, aí, meu irmão, cultura de branco é assim, seja na Suprema Corte brasileira, seja na Coroa espanhola. Desqualifica, expulsa, prende, mata.
Meu caro guarani, calado na marra no STF: contente-se em ter sido somente jogado do lado de fora, na praça, como um inconveniente. Olhe esse Debret, de 1827. É cultural.