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Histórias de São Paulo

Guerrilha ameaça executar policial refém no Paraguai

Carta assinada pelo EPP dá prazo de oito dias para governo libertar militantes

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Por Pablo Pereira
Atualização:

O Exército do Povo Paraguaio (EPP), grupo guerrilheiro que mantém em cativeiro Arlan Fick, de 16 anos, filho de um fazendeiro brasileiro na região de Concepción, no Paraguai, divulgou carta sobre outro sequestrado, o policial Edelio Morínigo. O grupo dá prazo até dia 14 para que o governo paraguaio liberte seis militantes do EPP, acusados e condenados por sequestros no País.

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A carta teria sido encontra perto da casa da mãe do policial, Obdulia Florenciano, que mora no distrito de Arroyito, pequena localidade na zona na qual o exército regular paraguaio mantém tropas de combate contra a guerrilha.O jornal Última Hora publica o texto. Na carta, a guerrilha diz que Morínigo é prisioneiro de guerra e ameaça executar o policial caso o governo não atenda as exigências de libertação de militantes.

O trecho da carta divulgado não faz referência a Arlan Fick, que já está há 182 dias em poder da guerrilha. Ele foi sequestrado em 2 de abril, em Paso Tuya, em San Pedro, vizinha da área onde mora a família de Morínigo. Dez dias depois do sequestro, a família Fick pagou um resgate de US$ 500 mil, mais US$ 50 mil em mercadorias distribuídas a comunidades pobres de Arroyito e Nueva Fortuna.

Em entrevista, distribuída nesta quarta-feira pela assessoria do Ministério do Interior do Paraguai, o chefe da investigação, ministro Francisco de Vargas, disse que o governo do presidente Horácio Cartes não negocia com os sequestradores. "Aqueles que eles chamam de "presos políticos", nós os reconhecemos como suspeitos de crimes graves, alguns processados e outros já condenados", disse Vargas.

"É impossível e impensável qualquer negociação desse tipo", afirmou. Para ele, a carta do EPP tem como objetivo "comprometer" o governo com o crime. "Estão esperando para ver como o governo reage para então impor outras exigências, mas desde o princípio declaramos que no estado de direito não se negocia o cumprimento das leis e os direitos humanos", disse Vargas.

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(Reportagem publicada em O Estado de S.Paulo)

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