Pablo Pereira
05 de dezembro de 2020 | 12h35
O Brasil debate ansiosamente a necessidade urgente da existência de uma vacina para a doença que em pouco mais de oito meses já matou mais de 175 mil pessoas no País. A covid-19 é uma tragédia mundial que precisa ser parada. Enquanto não há remédio para o vírus, especialistas no tema, que conhecem vacina e vacinação, se preparam para a histórica tarefa, em 2021, de imunizar milhões de pessoas contra o Sars-Cov-2 para tentar impedir mais mortes.
Duas especialistas em saúde pública, Raquel Stucchi, da Unicamp, e Ana Paula Sato, da USP, são exemplos de gente preparada que está mergulhada no debate e na pesquisa. Elas acreditam na capacidade brasileira de imunização, que pela prática conhecida mundialmente neste serviço é eficiente. Portanto, há sim competência científica nacional das equipes de saúde para a aplicação da vacina assim que ela surgir, devidamente comprovada pelos órgãos de controle de eficácia. Leia as entrevistas feitas para o Estadão, nas quais as especialistas comentam o tema.
A dúvida está no próximo passo dessa caminhada sobre milhares de mortos nos cemitérios e de infectados que sofrem nos leitos dos hospitais. Com setores do governo brasileiro politicamente jogando contra, minimizando a peste, relativizando a mortandade, em demonstrações quase diárias de insana crueldade, como será o uso dessa malha de competências das equipes de saúde pelo Brasil a dentro? Vai haver empenho na entrega da vacina e na aplicação da perícia brasileira em campanhas de vacinação lá na ponta, ou seja, na ansiosa população? É isso que o País terá de, infelizmente, aguardar mais alguns meses para saber.
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