Pablo Pereira
04 de julho de 2013 | 13h09
A propaganda oficial governista diz que país rico é país sem miséria. Noves fora a obviedade argumentativa, vem logo a perplexidade com a exagerância, diria o sucupirano.
A miséria não é privilégio vergonhoso das áreas urbanas cariocas e paulistas (São Paulo tem pra mais de 1.500 favelas). Nem dos fundões do nordeste pobre e seco, como nas vilas do interior do Piauí, onde é comum encontrar famílias que moram, em julho de 2013, em casas construídas de taipa coberta de palha, como se vivessem na São Paulo de 500 anos atrás.
A pobreza aparece também em regiões de boa produtividade agrícola – vejam o Mato Grosso do Sul (MS), onde nos últimos anos cresce a tensão entre índios e não-índios. É bem conhecida de estruturas de Estado, como o Ministério Público Federal (MPF).
Um exemplo da distância entre o discurso oficial e a realidade do país, coisa que apareceu bastante nas manifestações de junho, pode ser visto no breve documentário produzido pelo MPF do MS sobre a falta de amparo, segregação, isolamento de índios brasileiros que são vítimas de três décadas de espera por um processo de demarcação de terras em Japorã. Três décadas!
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