Tema filosófico de Gilles Lipovetsky, o pensador francês da hipermodernidade, a decepção resume bem este 2015.
Decepção com os radicalismos religiosos pelo mundo.
Decepção com governo desastrado e oposição oportunista.
Decepção com a injustiça da vida nas favelas.
Decepção com o corte de renda, sinal de desprezo com a dedicação profissional.
Decepção com o auditório brasileiro animado pela nota 4 - como se fosse 10!
Decepção com o fracasso do esforço cotidiano para superar a decepção.
E
decepção ao ver Chico Buarque ter a opinião acossada pela estupidez, a marca do autoritário.
2015 foi mesmo uma decepção.
Mas decepcionado não é deprimido. A decepção nem é tão brutal assim, a menos que envolva as amizades. Ela é filha da democracia, anda no mundo ideal dos desejos, estimula mudanças, ensina o pensador, autor de La Société de Déception (A Sociedade da Decepção/Manole, 2007).
Que venham a virada, as ondinhas e os fogos!
2016 não pode ser pior.
Não vai nos decepcionar!