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Os problemas dos bairros de São Paulo em discussão

Tráfico de drogas e prostituição perturbam entorno do Parque do Carmo

Por Marcel Naves
Atualização:

Travestis fazem ponto na Avenida Afonso de Sampaio e Souza Foto: Estadão

No entorno do Parque do Carmo, na Zona Leste da cidade, o convívio com a prostituição e a violência tem sido frequente. O policiamento da PM é constatante na maior parte do dia, com rondas feitas a pé ou com o auxílio de viaturas. Mas o esquema não tem sido suficiente para coibir problemas como o tráfico de drogas.

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Na rua Frei Cristovão, há poucos metros da EMEI Professor Aurélio Arrobas Martins, a situação tem preocupado. Uma moradora que por questões de segurança prefere não se identificar relata que há poucos dias um homem foi violentamente espancado apenas por querer afastar os travestis do local. " O senhor apanhou de pau, pedra, levou muito chute, inclusive na cabeça, e só pararam de bater depois da ajuda de um vigilante particular, que nós pagamos aqui na rua."

Mesmo nas áreas internas do Parque do Carmo a situação requer cuidado. Rafael Ramos Constantino costuma frequentar o local durante as manhãs para caminhadas. No local, segundo ele, existe uma rua apelidada de AI 5, onde normalmente grupos de travestis e usuários de drogas costumam se reunir. "A gente não pode passar ali sem alguém mexer conosco. A gente evita o lugar pois há de tudo, sexo, drogas, tudo", afima.

Em meio às reportagens na região num determinado momento tivemos o trabalho da Blitz da Radio Estadão interrompido. Durante uma entrevista com a diretora da Escola Municipal Professor Aurélio Arrobas Martins um soldado pediu para que fossemos ao 28º BPM. Ao ser questionado do porque, ele apenas disse que se tratava de um pedido do comandante da área.

Fomos recebidos pelo Tenente Coronel Maurici Acrani, que nos revelou de que forma funcionam as estratégias de segurança na região. O oficial nos relatou ainda as dificuldade existentes para combater o crime na região. "Nós estamos atuantes aqui por 24 horas, temos uma viatura fixa das 6 às 2 horas, e depois o horário é completado por rondas móveis. Mas existe aqui toda uma estrutura montada, que dificulta, mas não impossibilita nosso trabalho", diz o oficial.

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Além das questões relativas à segurança, o atendimento hospitalar também tem sido alvo de queixas. A dona de casa Ana Lúcia, que reside no bairro há 17 anos, não consegue ser atendida na Unidade Básica de Saúde Nossa Senhora do Carmo. "Nas Unidade Básicas daqui nunca tem vaga, eu mesmo passei no mês passado com um médico, ele me indicou pra passar com um clínico e eu estou esperando para dezembro. São seis meses, é muito tempo", afirma Ana Lúcia.

Em nota a Prefeitura prestou o seguintes esclarecimentos.

"A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente informa que não possui registro de prostituição ou abordagem dentro do Parque do Carmo. De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), a unidade está com o quadro de médicos completo, com oito profissionais. Há disponibilidade de agenda para a próxima semana. Quanto aos medicamentos, o último abastecimento ocorreu no dia 13 de junho e o próximo está previsto para segunda-feira (27), seguindo cronograma de entregas da Rede".

Ouça aqui a reportagem:

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