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Os problemas dos bairros de São Paulo em discussão

Pacientes de UBS sofrem com falta de remédios e fraldas

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Por Marcel Naves
Atualização:

Unidade básica de saúde Paulo Mangabeira Albernaz Filho, no bairro Rela Parque, zona oeste de São Paulo 

O motorista José Carlos de Almeida, 52, tem diabetes tipo 2, em estágio avançado. O tratamento depende do auxílio dos medicamentos metformina, losartan, anlodipino e omeprazol, em falta na rede municipal de saúde. Há dias o motorista tenta obterestes remédios na Unidade Básica de Saúde Paulo Mangabeira Albernaz Filho, na zona oeste.

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Nesta terça, a Blitz da Rádio Estadão acompanhou Carlos, em mais uma visita à UBS do Real Parque. Sem saber que estava sendo gravado, um funcionário disse que para obtenção dos medicamentos seria necessário uma nova receita. No entanto, a mesma só poderia ser fornecida após uma consulta, com disponibilidade apenas para fevereiro.

Diante da gravidade, o atendente orientou que José Carlos procurasse a farmácia da Unidade. Uma vez no setor indicado, outra atendente afirmou que os remédios não estão disponíveis. "A gente tem insulina mas os outros remédios estão em falta, o problema é geral", afirmou.

Além dos medicamentos outros produtos também estão em falta na UBS do Real Parque. A diaristaJoselice da Silva Santos estava pela terceira vez, em menos de um mês, àprocura de fraldas geriátricas para uma tia. "A gente vem com a data marcada e tudo, aí eles sempre dizem que acabou. Não adianta nada, é sempre este desrespeito", afirma.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo informou que daria maior atenção ao caso do motorista José Carlos. A respeito da falta de remédios, a PMSP justificou que, neste ano, a demanda teve um aumento de 30%. O órgão afirmou ainda que há um processo aberto de compra para normalizar o estoque.

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Confira abaixo a nota emitida pela SMS:

"A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informa que o paciente J.C.A. faz acompanhamento médico na UBS Real Parque. A unidade entrará em contato com o paciente e irá verificar a possibilidade de atendimento ainda esta semana.

Com relação aos medicamentos, a SMS informa que houve aumento de 30% no consumo de medicamentos e insumos este ano em relação a 2015, resultado do aumento de pacientes na Rede Municipal e da crise econômica. A média mensal de pessoas que retiram remédios e insumos passou de 520 mil para 676 mil. Isso alterou os estoques e o planejamento e, por isso, nova compra dos medicamentos está em andamento.

Vale ressaltar, ainda, que a falta de medicamento também está associada ao não cumprimento dos contratos por parte dos fornecedores que, neste caso, são multados pela Prefeitura".

Ouça aqui a reportagem

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