'Você nunca imagina que possa ser real. Pensa que é lenda', diz mãe de jovem atacada com seringa

Estudante de 18 anos foi perfurada quando subia uma escada rolante da Estação Paraíso do metrô; ela conta que não sentiu nada na hora da picada

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Por Juliana Diógenes
Atualização:

Vítima de um ataque com seringa na Estação Paraíso, na Linha 1-Azul do Metrô, em São Paulo, uma estudante de 18 anos disse ao Estado que, no momento da perfuração, não sentiu a picada. A jovem contou que um homem se interpôs entre ela e sua mãe na escada rolante da estação. A estudante sentiu um incômodo segundos depois na nádega direita, quando a mochila encostou no local. O caso ocorreu às 6h30 de quinta-feira da semana passada, no dia 18, e está sendo investigado pela Delegacia de Polícia do Metropolitano (Delpom).

"Logo que entrei na escada, um homem se colocou entre minha mim e mãe. Isso foi uma situação meio estranha. Na hora, não senti absolutamente nada. Na escada rolante seguinte, comecei a sentir um incômodo", relatou. "Não veio nada na minha cabeça de que poderia ter sido isso, mas quando cheguei à aula, fui ao banheiro e vi que tinha uma marca".

Ataque ocorreu de manhã, na Estação Paraíso Foto: Tiago Queiroz/Estadão

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Por estar atrás do suspeito na escada rolante, a mãe da estudante identificou um homem branco e barrigudo, com cerca de 1,60m, cabelo bagunçado e grisalho. Segundo ela, o sujeito vestia moletom cinza de zíper e tinha a barba por fazer. As duas prestaram depoimento no Delpom nesta quinta-feira, 25, e a mãe vai fazer um retrato falado na próxima terça-feira na delegacia.

No dia do ocorrido, ao chegar em casa no início da tarde os pais viram a marca no glúteo direito da filha e constataram que havia sido perfuração. "Era uma perfuração com o entorno avermelhado. Deu para perceber que a agulha era bastante grossa", conta a mãe. "Na hora, me remeteu àqueles casos noticiados de outras mulheres que foram atacadas com seringa. Você nunca imagina que isso possa ser real. Pensa que é exagero das pessoas, que é lenda. Mas ficamos com receio e corremos para ter um diagnóstico".

A confirmação da perfuração veio à noite, quando a família foi ao hospital e recebeu o diagnóstico médico. No dia seguinte, as duas registraram um boletim de ocorrência no 1º Distrito Policial de São Caetano do Sul e a jovem fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal da cidade, onde a família mora. A estudante foi submetida a um teste rápido de HIV e a exames de Hepatite B e C, além de sífilis, e todos deram negativo. "Fiquei tranquila quando soube que não tinha sido contaminada", conta a estudante. Ela está tomando medicamentos antirretrovirais por um mês. 

A mãe disse que o caso deve servir de alerta a quem usa transporte público. "As pessoas devem ficar atentas. Não dá para ficar de costas, distraída, em uma escada rolante. Li relatos na internet de que essas pessoas atacam vítimas próximas a escadas rolantes porque na hora você não percebe e acha que alguém só esbarrou em você", afirmou.  

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