Vereadores dificultam concessões de Doria

Presidente da Câmara pressionou, mas não conseguiu acelerar votação do projeto

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Por Fabio Leite
Atualização:
Plenário da Câmara Municipal de São Paulo Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

SÃO PAULO - Em sessão marcada por bate-boca, vereadores paulistanos se recusaram a votar nesta quarta-feira, 28, o pacote de concessões de serviços e equipamentos públicos à iniciativa privada do prefeito João Doria (PSDB), que teve de ser novamente adiado. O plano do governo era aprová-lo em definitivo neste semestre, mas sem apoio até dentro da base a votação do projeto deve ser concluída somente em agosto.

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Apesar da pressão do presidente da Câmara e aliado de Doria, Milton Leite (DEM), que tentou acelerar a tramitação do projeto, vereadores de oposição e da base se uniram para barrar a iniciativa. A sessão chegou a ficar suspensa por mais de duas horas. Na volta, Leite prometeu colocar o projeto em votação nesta quinta e garantiu que será aprovado em primeira votação. 

O primeiro revés desta quarta para Doria foi na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que havia adiado, na semana passada, a discussão do pacote de concessões por duas sessões, a pedido do PT, empurrando a votação para agosto. Nesta quarta, o vereador Claudinho de Souza (PSDB) propôs recolocar o projeto na pauta, para que fosse aprovado na CCJ e votado no mesmo dia no plenário. Mas o pedido foi rejeitado por 5 votos a 4 – um dos contrários à vontade de Doria foi o também tucano Mario Covas Neto, presidente da CCJ. “Não tinha lógica desfazer uma decisão coletiva da semana passada para atender ao desejo de uma pressa injustificada”, disse ele. 

Na sequência, Leite abriu sessão plenária convocando um congresso de comissões (reunião conjunta para analisar um projeto), de forma a conseguir aprovar o pacote de concessões ainda nesta quarta, o que revoltou parte dos vereadores.

O secretário municipal de Relações Governamentais, Milton Flávio, diz que a base se comprometeu a votar em primeira discussão o pacote de desestatização (pendente de aprovação na Comissão de Constituição e Justiça) e a concessão do Pacaembu (aprovada na CCJ nesta quarta) como contrapartida à sanção do Programa de Parcelamento Incentivado e da anistia às multas de IPTU e de barulho das igrejas. Inicialmente, a gestão Doria era contra o perdão de dívidas a templos religiosos. Em julho, haverá recesso parlamentar.

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