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Ultracargo é multada em R$ 22,5 milhões por incêndio em Santos

Segundo Cetesb, acidente provocou contaminação de água e vegetação, morte de milhares de peixes e trouxe riscos à população

Foto do author Luiz Alexandre Souza Ventura
Por Luiz Alexandre Souza Ventura
Atualização:

SANTOS - A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) multou a Ultracargo em R$ 22,5 milhões por danos ambientais, riscos à população e outras consequências do incêndio na zona industrial de Santos, no bairro da Alemoa. É a primeira autuação contra a empresa desde o acidente que contaminou água e vegetação na região, provocando a morte de milhares de peixes.

A penalidade emitida em nome do Terminal Químico de Aratu - Tequimar, tem base nos artigos 61 e 62 do decreto federal 6514/08, que regulamenta a Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98). 

Em nota, a Ultracargo confirma ter recebido a autuação e afirma que "a empresa irá avaliar o documento, suas exigências e responderá à autoridade no prazo determinado".

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Impactos. As dimensões dos impactos ao meio ambiente são maiores do que o esperado pelas autoridades, segundo o promotor de Urbanismo e Meio Ambiente de Santos, Daury de Paula Junior. "O que chamou mais a atenção até este momento foi a extensão do dano na lagoa que fica exatamente ao lado do local onde houve o incêndio", disse. "Uma grande quantidade de material contaminado foi parar nessa lagoa. Os estragos são grandes, muito além do que imaginávamos."

As compensações e pagamentos pela degradação decorrente do acidente, incluindo eventuais indenizações à população e às comunidades pesqueiras da região, não dependem das causas, mas, sim, de identificar os responsáveis legais pelo local. E, segundo o promotor, ao menos três empresas aparecem nessa posição.

"Dentro da mesma área, sem divisões internas, com compartilhamento de linhas e de tanques, existem dois terminais. O que pegou fogo tem o nome de Teas (Terminal Exportador de Álcool de Santos), pertencente a uma empresa que faz parte do Grupo Raízen. E há outro com o nome de Terminal Intermodal de Santos, de propriedade da Empresa Terminal Químico de Aratu S/A - Tequimar. Ambos operados pela Ultracargo. E todas entram no inquérito civil. Todos respondem por tudo", explicou Daury de Paula Junior.

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Esse "sistema intrincado de relações jurídicas", conforme informações do promotor, fez com que fossem emitidas várias licenças ambientais pela Cetesb e Autos de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), o que também abre uma nova frente de avaliação porque, inicialmente, essas licenças deveriam ser unificadas e precisariam refletir uma situação física. "Se as áreas são juridicamente distintas, esse é um problema de ordem empresarial, que não poderia ter reflexos nos licenciamentos."

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