A equipe do Teatro Municipal impediu que o espaço fosse invadido ontem à noite, durante a última récita da ópera Rake's Progress. Cerca de 300 pessoas acompanhavam o espetáculo, além de outras 100, entre funcionários, seguranças, equipe de manutenção, músicos e artistas. Houve tentativa de invasão, o que obrigou o fechamento de todas as portas. Os vitrais da fachada foram pichados."O prejuízo foi relativamente pequeno. Só teremos de limpar a fachada. Felizmente, nenhum equipamento ou vitral foi danificado ou destruído", afirmou José Luiz Herencia, diretor da Fundação Teatro Municipal. A ópera de Stravinski começou por volta das 20h. Antes, no terraço, o público acompanhou os protestos, mas foi orientado pelos funcionários a entrar, enquanto o grupo radical do lado de fora cantava: "Você de gravata, vem pra passeata". A primeira parte da ópera ocorreu sem problemas, mas durante o intervalo, a segurança do teatro orientou o público a ficar longe das janelas, já que os manifestantes batiam nelas. Antes do reinício do espetáculo, o maestro Jamil Maluf subiu no palco e avisou às pessoas que, se fosse necessário, um cordão de segurança seria montado para que o público deixasse o teatro pela lateral, ao final da apresentação. Como a Tropa de Choque chegou, não houve necessidade de segurança extra e a saída do público não teve incidentes. Ao deixar o teatro, o analista Luís Cruz, de 50 anos, disse que já foi jovem e que compreende a manifestação. "Mas, com vandalismo, eu não concordo." / COLABORARAM JOÃO LUIZ SAMPAIO E MARIA FERNANDA RODRIGUES