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'Tarifa zero seria jeito de socializar custos'

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Por Redação
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Em 1989, Luiza Erundina surpreendeu ao vencer o favorito Paulo Maluf na eleição para a Prefeitura. As surpresas continuaram em seu mandato, principalmente depois que ela prometeu "tarifa zero" para o transporte, bandeira levantada hoje pelo coletivo Passe Livre. Quase um quarto de século depois, Muro de Berlim no chão e o fim da União Soviética, a ex-prefeita e atual deputada federal continua defendendo a medida. "A tarifa zero seria uma maneira de socializar os custos dos transportes. Em vez de ser pago só pelo trabalhador, seria dividido e arcado pela sociedade."Ela conta que não conseguiu tirar planos do papel porque não garantiu maioria na Câmara e foi boicotada pelo próprio partido, o PT. "Faltou apoio político".Nos planos da ex-prefeita, a tarifa zero seria bancada por meio de um aumento na alíquota do IPTU de imóveis próprios e alugados. "É uma medida inovadora e criativa, diferente das políticas tradicionais", diz.Ela afirma que a tarifa livre não seria promovida pelos subsídios municipais. Na estimativa do prefeito Fernando Haddad, a Prefeitura precisaria investir pelo menos R$ 6 bilhões em subsídios. A ex-prefeita não sabe dizer quanto seria necessário aumentar nas tarifas de IPTU. "Foram feitos estudos na época."Erundina afirma que ainda não conseguiu convencer as prefeituras do PSB, seu atual partido, a implementar a medida em cidades que administra, como Belo Horizonte, Recife, Fortaleza, Cuiabá e Porto Velho. "Acho que o PSB pode se abrir ao projeto. É preciso calcular o impacto na economia, não é uma estratégia simplista." Para a deputada, os protestos do Movimento Passe Livre estão servindo para retomar a discussão. Mas ela lamenta excessos e vandalismo. "Não pode porque aí o movimento perde a razão." /B.P.M.

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