Após o período de adaptação, no qual a Prefeitura deve divulgar avisos e informativos, as redes de supermercados que descumprirem a norma ou os consumidores que realizarem o descarte nas embalagens erradas serão advertidos e autuados. A multa vai variar de R$ 50 a R$ 500, para consumidores, e de R$ 500 a R$ 2 milhões para comerciantes. Ainda sem prazo, a Prefeitura pretende padronizar também as sacolas que poderão ser usadas para lixo orgânico (na cor marrom e com material biodegradável) e indefinível (cinza, destinada a produtos que não se encaixam nas outras definições, como fraldas). Com a padronização, Haddad quer pôr fim à polêmica das sacolinhas. Em 2011, no governo de Gilberto Kassab, a Lei 15.374/11 previa o fim da distribuição gratuita das sacolinhas. Mas entidades como o Sindicato da Indústria de Material Plástica (Sindiplast) foram à Justiça. Na época, uma liminar liberou a comercialização. Em outubro de 2014, o Tribunal de Justiça revalidou a restrição. Com a decisão de outubro, a Prefeitura, a indústria plástica e o setor supermercadista entraram em negociação para criar um modelo. Em nota, o Sindiplast disse que “a indústria de transformados plásticos está apta para atender o mercado, desde que as regras determinadas pela Prefeitura estejam alinhadas às normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)”. A Associação Paulista de Supermercados afirmou que ainda avaliará impactos. Consumidor. No comércio, houve surpresa. A dona de casa Elisete Amorim da Silva, de 57 anos, intercala o uso de sacolinha plástica com as retornáveis. “Quando faço compras grandes, como hoje, divido entre as minhas de lona e as plásticas, que uso para colocar lixo”, explicou. “Acho que meu gasto vai ficar maior, porque vou precisar comprar saco de lixo para colocar os restos de comida e lixo molhado. Complica um pouco”, afirmou. Para os vendedores, a ordem é economizar. As redes de supermercado devem diminuir as encomendas da indústria plástica. Elas afirmam que as novas embalagens são mais caras. A Prefeitura nega. Gerente de uma das lojas da rede Futurama, Antônio Ferreira de Sousa, de 59 anos, disse que gasta cerca de R$ 40 mil para comprar 1 milhão de sacolas por mês. “O meu gasto vai aumentar e a orientação é não repassar para o consumidor. Vamos restringir o uso da sacola na frente do caixa.”