Soninha quer oferecer botão do pânico a mulheres vítimas de violência
Ideia da secretária, a exemplo do que se faz em Vitória, é dar mecanismos para manter agressor a distância
Por Adriana Ferraz
Atualização:
SÃO PAULO - A vereadora eleita Soninha Francine (PPS), futura secretária municipal de Desenvolvimento Social, defendeu nesta quarta-feira, 23, em entrevista à TV Estadão que a Prefeitura passe a ofertar botão do pânico a mulheres vítimas de violência doméstica, como forma de evitar ou reduzir atos reincidentes de agressão. A proposta que será debatida prevê que o dispositivo seja distribuído a mulheres que estão sob medida protetiva, a fim de garantir que o agressor mantenha a distância mínima determinada pela Lei Maria da Penha. Outra ideia seria a criação de aplicativos com essa função.
Soninha citou como exemplo Vitória, no Espírito Santo, que utiliza o botão de pânico desde 2013, dentro de uma rede de proteção elogiada por especialistas. Lá, a administração municipal tem viaturas da Guarda 24 horas por dia para atender esse tipo de chamado. Segundo a futura secretária, aqui o aparelho poderia estar integrado à Guarda Civil Metropolitana e à Polícia Militar.
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Nesta lógica, Soninha disse que aplicativos específicos poderiam oferecer o mesmo tipo de serviço, via celular, o que ajudaria até a reduzir os custos com a implementação da medida. “Se o agressor se aproximar a menos de 300 metros, ele já desrespeita a lei. Com o botão ou o aplicativo de celular, a mulher pode pedir socorro de forma mais estruturada.”
A vereadora eleita ainda cita a necessidade de o Município de São Paulo ampliar as casas de passagem, que servem de abrigo para mulheres que saem de casa, como ação emergencial. E alterar parte das regras atuais, como a que impede que filhos com mais de 14 anos fiquem junto das mães nesses equipamentos.
Os 30 distritos de SP com as maiores taxas de agressão a mulheres
1 / 31Os 30 distritos de SP com as maiores taxas de agressão a mulheres
28º lugar - Anhanguera
Com 3,48, odistrito de Anhanguera, na região noroeste da cidade, ocupa a 28ª colocação entre os que registram maior taxa de agressão a mulherres Foto: Nilton Fukuda/Estadão
25º lugar - Cachoeirinha
Na zona norte da cidade, o distrito de Cachoeirinha ocupa a 25ª colocação, com índice de 3,61 Foto: Vitor Tavares/Estadão
20º lugar - Vila Matilde
Em Vila Matilde, na zona leste da cidade, o índice é de 5,06 Foto: Divulgação
3 - Marsilac
No distrito de Marsilac, extremo sul da capital, a idade média ao morrer é de 59,2 anos. Foto: Cesar Ogata / SECOM
Mapa da Desigualdade
O Mapa da Desigualdade 2016, estudo apresentado pela Rede Nossa São Paulo, mostra as diferenças nos indicadores entre os distritos da cidade. Em relaç... Foto: EstadãoMais
30º lugar - Lapa
Com taxa de 3,38/10 mil mulheres, a Lapa, na zona oeste, ocupa a 30ª posição Foto: Mônica Zarattini/Estadão
29º lugar - Jardim Helena
O Jardim Helena, na zona leste, é o 29º distrito com a maior taxa de agressão a mulheres (3,41) Foto: Werther Santana/Estadão
27º lugar - Sapopemba
Em Sapopemba, na zona leste de São Paulo, a taxa é de 3,55 Foto: ERNESTO RODRIGUES/ESTADÃO
26º lugar - Artur Alvim
Artur Alvim, também na zona leste, é 26º distrito com a maior taxa de agressão a mulheres. O índice é de 3,6 Foto: Divulgação
24º lugar - Tatuapé
No Tatuapé, zona leste de São Paulo, a taxa de agressão a mulheres é de 3,64 Foto: ESTADÃO
23º lugar - Lajeado
Já no Lajeado, também na zona leste, a taxa sobe para 4,18 Foto: Albert Carlos Santos Domingos
22º lugar - Cidade Dutra
Na zona sul da cidade, o distrito de Cidade Dutra ocupa a 22ª colocação entre as regiões com as maiores taxas de agressão a mulheres. O índice é de 4,... Foto: Google Street View/ReproduçãoMais
21º lugar - Jardim Ângela
O Jardim Ângela, na zona sul,fica na 21ª colocação entre as regiões com maior taxa de agressão a mulheres. O índice é de 4,92 Foto: Tiago Queiroz/Estadão
19º lugar - Belém
Em 19º lugar está o distrito de Belém, na zona leste, com taxa de 5,43 Foto: Divulgação
18º - Carrão
Em 18º está o distrito de Carrão, também na zona leste, com taxa de 5,49 Foto: Ayrton Vignola/Estadão
17º - Pari
O Pari, na região central de São Paulo, ocupa a 17ª colocação entre os distritos com as maiores taxas de agressão a mulheres: 5,58 Foto: Reprodução
16º lugar - Barra Funda
Em 16º está a Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, com taxa de 6,41 Foto: Estadão
15º lugar - Cangaíba
Na zona leste, o distrito de Cangaíba é o 15º com maior taxa de agressões a mulheres: 6,63 Foto: Divulgação/Prefeitura de São Paulo
14º lugar - Bom Retiro
No Bom Retiro, região central de São Paulo, a taxa é de 6,84 Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO
13º lugar - Penha
O distrito da Penha, na zona leste, tem índice de 6,99 Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
12º lugar - Guaianases
Em 12º lugar entre os distritos com as maiores taxas de agressão a mulheres está Guaianases, na zona leste, com índice de 7,48 Foto: Wikimedia Commons
11º lugar - Raposo Tavares
Em Raposo Tavares, na região oeste, a taxa é de 8,6 Foto: Daniel Teixeira/Estadão
10º lugar - Cidade Tiradentes
Já em Cidade Tiradentes, na zona leste, a taxa é de 8,85 Foto: JONNE RORIZ/AE
9º lugar - Sé
A Sé, na região central, ocupa a 9ª colocação com taxa de 9,42/10 mil mulheres Foto: Daniel Teixeira/Estadão
8º lugar - São Miguel
Na zona leste, São Miguel é 8º distrito com a maior taxa de agressão a mulheres: 11,5 Foto: Rafael Arbex/Estadão
7º lugar - São Mateus
Também na zona leste, o distrito de São Mateus tem taxa de 11,52 Foto: Reprodução
5º lugar - Parelheiros
Em Parelheiros, também na zona sul, o índice sobe para 13,83 Foto: JF Diório/Estadão
4º lugar - Brás
O Brás, na região centralde São Paulo, é o quarto distrito com os maiores índices de agressão a mulheres. Na região, a taxa é de 14,71 Foto: Daniel Teixeira/Estadão
3º lugar - Perus
Perus, na zona norte, ocupa a 3ª colocação, com taxa de 15,37 Foto: Hélvio Romero/Estadão
2º lugar - Grajaú
Na zona sul de São Paulo, o Grajaú é o segundo distrito com maior taxa de agressão a mulheres. Na região, o índice é de 15,56 Foto: FILIPE ARAUJO/Estadão
1º lugar - Itaim Paulista
O distrito com a maior taxa de agressão a mulheres é o Itaim Paulista, na zona leste de São Paulo. Nesta região, o índice chegou a 25,83/10 mil mulher... Foto: Paulo Liebert/EstadãoMais
Canabidiol e tendas. Um dia depois de a Anvisa aprovar uma regra que abre caminho para o registro, a produção e a venda de medicamentos compostos por substâncias da maconha no Brasil, Soninha reafirmou que o canabidiol poderia ser usado para atenuar o sofrimento da abstinência de crack. “Muitos profissionais estudam essa possibilidade. Mas tem muita resistência, preconceito sobre isso. Eu mesma enfrento esse preconceito porque defendo a legalização da maconha, para que o tráfico não tenha mais o monopólio”, afirmou.
O programa De Braços Abertos, criado pela gestão Fernando Haddad (PT) para atender os usuários de crack, será alterado, mas não do dia para a noite. As moradias oferecidas hoje aos inscritos serão mantidas inicialmente, assim como o pagamento pelos serviços.
Quando assumir o cargo, ela diz que pretende implementar medidas para melhorar a qualidade de vida da população de rua. Isso inclui a volta de equipamentos públicos nos moldes de tendas, que permitam a essa população passar o dia, e construir banheiros debaixo de viadutos. Sobre albergues, a intenção da futura secretária é trocá-los gradualmente por hotéis sociais, menores e mais atrativos para quem vive na rua.