Síndico impõe rodízio e conta de prédio no Ipiranga cai 58%

Condomínio corta água dos moradores três vezes por dia; consumo de água, que era de 769 mil litros há um ano, caiu pela metade

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Por Rafael Italiani
Atualização:

SÃO PAULO - A população da capital, que já sofre com os cortes de abastecimento desde o primeiro semestre do ano passado, começa a se preparar para o pior, diante do risco de desabastecimento nos reservatório da Grande São Paulo. Alguns tomam medidas drásticas para diminuir o consumo e conservar a água nas caixas.

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No Ipiranga, na zona sul, um condomínio impõe aos 180 moradores três cortes de abastecimento ao longo do dia, desde junho do ano passado. “Muita gente reclama que não consegue tomar banho à noite, mas a economia tem sido grande e é uma forma de ter água sempre”, disse o subsíndico Heriberto Xavier, de 63 anos. 

A redução de consumo foi drástica. Em fevereiro do ano passado, no início da crise, os moradores consumiram 769 mil litros de água. Neste mês, foram usados 355 mil litros: uma redução de 53,8%. A conta de água passou de R$ 3.058,64 no início de 2014 para R$ 1.281,94 neste mês – queda de 58% no valor. 

A redução foi tanta que causou desconfiança na Companhia do Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A empresa fez uma perícia no relógio de água do prédio. 

A ideia dos cortes foi do síndico Eudes Bastos Rocha, de 54 anos. “Eu faço a minha parte aqui. Agora, o prédio vizinho, ninguém garante.” Tanto ele quanto o subsíndico dizem acreditar que a água vai acabar e, se isso acontecer, vão voltar para suas cidades natais.

Xavier é de Pernambuco. “Lá tem muita água no subsolo. Dou um jeito de captar.” Rocha, de Manaus, afirmou que água não falta em seu Estado. “Lá a preocupação é como não morrer na enchente.”

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