Servidores protestam contra casos de estupro e preconceito na USP

O Sindicato dos Trabalhadores da USP divulgou nota pelo Facebook lamentando o caso e cobrando

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Por Luiz Fernando Toledo
Atualização:
Servidores protestam contra casos de estupro e preconceito na USP Foto: Divulgação

SÃO PAULO - Servidores técnico-administrativos de ao menos três setores da Universidade de São Paulo (USP) protestaramcontra os casos de estupro e preconceito na instituição. Estudantes da Faculdade de Medicina (Fmusp) relataram, em audiência na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) nesta semana, situações de violência sexual. 

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Trabalhadores dos restaurantes da USP, do Hospital Universitário (HU) e da Odontologia divulgaram imagens no Facebook com as frases de repúdio. "Chega de estupros e assédio nas faculdades de medicina da USP! Basta de machismo, racismo e homofobia!", dizia um dos cartazes.

O Sindicato dos Trabalhadores da USP divulgou nota pelo Facebook lamentando o caso. "A reitoria deve imediatamente divulgar os números - e não os nomes das vítimas - para que o conjunto da comunidade universitária conheça a real situação dessa violência".

"Estou há 37 anos na USP e nunca vi uma situação dessas. Não é uma situação isolada", afirmou o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP, Magno de Carvalho. Segundo o sindicalista,a situação não se restringe às festas, mas há riscos no campus. "Há áreas escuras na universidade à noite. A guarda universitária está com menos de 30% do efetivo que deveria ter", disse.

A USP criou, em 2013, uma comissão para apurar os casos de violência na instituição. De acordo com o professor e presidente da comissão, Paulo Saldiva, que pediu afastamento do cargo nesta semana, os trabalhos foram finalizados e o relatório deverá ser divulgado em breve. A Fmusp anunciou ainda que criará um centro de defesa dos direitos humanos, que servirá para dar suporte às vítimas e receber denúncias sobre casos de estupro ou qualquer tipo de preconceito. 

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