PUBLICIDADE

Sem-teto invadem prédio destinado à moradia popular

A Caixa investiu pouco mais de R$ 5,4 mi para reformar edifício; grupo ligado ao MSTS espera solução de Secretaria de Habitação

Por Maria Eduarda Chagas , Luana Assis e Luiz Felipe Barbiéri
Atualização:

SÃO PAULO - Um grupo de 88 famílias ligadas ao Movimento Sem Teto de São Paulo (MSTS) invadiu um prédio no centro de São Paulo destinado à moradia popular, no último final de semana. O edifício, na Rua Conselheiro Crispiniano, número 126, foi reformado para abrigar 72 famílias com renda abaixo de R$ 1.600, como parte do programa Minha Casa, Minha Vida.

PUBLICIDADE

A Caixa Econômica Federal investiu pouco mais de R$ 5,4 milhões para reformar o prédio, de 13 andares. Membros do movimento Unificação das Lutas de Cortiço (ULC) receberiam os apartamentos já em dezembro. "A gente não é contra ocupações, é bandeira de luta, mas elas precisam ser feitas com responsabilidade. Acabou um pouco o sonho de recebermos isso no Natal", lamenta Sidnei Pita, coordenador da ULC.

Wladimir Ribeiro, secretário do MSTS, reconhece que as moradias serviriam a outras pessoas que conquistaram o direito, mas afirma que não teve outra opção. "Eles estão recebendo bolsa aluguel e não ficariam na rua. No nosso caso, não tínhamos para onde ir", explica. Na última quarta-feira, 19, 157 famílias do MSTS foram expulsas de um edifício na mesma rua após uma reintegração de posse.

Ribeiro afirma que aguarda um posicionamento da Secretaria Municipal de Habitação de São Paulo, mas o órgão não pretende interferir. "Já atendemos diversas vezes essas lideranças. Não adianta ocupar para obter privilégio. O caminho correto é fazer o cadastro de demanda habitacional e aguardar atendimento", ressalta Patrícia Gelmetti, assessora de imprensa da secretaria.

Cerca de 130 mil famílias esperam ser contempladas no programa de habitação municipal. A Caixa, responsável pelo prédio ocupado, acionou a Polícia Militar e ajuizou uma ação para a reintegração de posse na última quarta-feira, dia 19. 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.