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Secretário de Finanças deixa Prefeitura

Um dos principais técnicos da gestão, Marcos Cruz alega razões pessoais para sair; ele é a 5ª baixa entre auxiliares de Haddad

Por e Rafael Italiani
Atualização:

Atualizado às 9h45

SÃO PAULO - Um dos principais técnicos da gestão Fernando Haddad (PT), o secretário municipal de Finanças, Marcos Cruz, deixará o cargo na semana que vem, alegando motivos particulares. A um ano do início da campanha para reeleição, ele passa a ser a quinta baixa entre as seis secretarias que o prefeito havia reservado para sua cota pessoal de nomeações.

Marcos Cruzdeixará o cargo na semana que vem Foto: FELIPE RAU/ESTADÃO

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O sucessor de Cruz ainda não foi definido. Um dos nomes mais cotados é o de Rogério Ceron de Oliveira, atual adjunto. 

A saída acontece durante novo entrave pelo qual a gestão Haddad passa: a finalização da Parceria Público-Privada (PPP) que vai trocar as lâmpadas da iluminação pública por luzes de LED. Cruz foi um dos principais avalistas do projeto, que passou a ser questionado pelo Tribunal de Contas do Município (TCM) e é alvo de representação no Ministério Público Estadual. A conclusão da PPP já é tida como incerta por aliados - que contavam com a melhoria da iluminação como uma das vitrines eleitorais do prefeito.

A gestão Haddad, entretanto, informa que vê a saída como “uma perda” e destaca os feitos positivos de Cruz: aumento de arrecadação, mesmo com o cenário econômico desfavorável, desburocratização de serviços e ajuda no combate à Máfia do Imposto sobre Serviços (ISS).

Núcleo duro. Com dois anos e meio de mandato, o chamado “núcleo duro” de Haddad, que abrigava Cruz, foi esfarelando-se por motivos políticos e após a desistência de aliados. 

No campo político, Haddad abriu mão de um de seus principais consultores, Leonardo Barchini, titular de Relações Internacionais, para abrir espaço para o ex-vereador William Woo (PV). As negociações não prosperaram e quem acabou assumindo foi o petista Vicente Trevas. Barchini - chefe de gabinete de Haddad no Ministério da Educação - foi realocado na atual chefia de gabinete.

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Além dele, Rogério Sotilli, que trabalhou com Haddad em Brasília, deixou a titularidade da pasta de Direitos Humanos para abrigar Eduardo Suplicy após a derrota do ex-senador. 

Já entre as desistências, Leda Paulani (Gestão), ex-professora de Haddad, e Luis Fernando Massonetto - outro colega do MEC - deixaram a Prefeitura alegando vontade de voltar à vida acadêmica, na USP.

Do “núcleo duro”, o único que mantém o posto é Nunzio Briguglio Filho, chefe da Comunicação de Haddad desde o MEC, e que desde o primeiro ano de mandato é alvo de críticas dos aliados. “Até paramos de bater porque não adianta: o prefeito banca”, disse um vereador da base.

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Outras mudanças. Parlamentares destacam ainda que, dos nomes anunciados pelo prefeito como chefes de suas “secretarias-meio” - que permitiriam melhora na gestão -, apenas o do titular do Desenvolvimento Urbano, chefiada pelo arquiteto Fernando de Mello Franco, não sofreu mudanças. O secretário de Governo, Antonio Donato (PT), deixou o cargo após denúncias, não comprovadas, de ligação com a Máfia do ISS - hoje é presidente da Câmara. 

As mudanças para abrigar aliados políticos - e garantir mais tempo de TV nas eleições - não ficaram restrita à cota pessoa de Haddad. Até aqui, das 27 secretarias, 12 tiveram mudanças de titulares. Entre os destaques, Gabriel Chalita (PMDB) assumiu Educação, o sindicalista Luiz Antônio Medeiros (PDT) ficou com Coordenação das Subprefeituras e Tadeu Candelária (PR) foi para o Verde e Meio Ambiente.

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