Atualizada às 14h28
SÃO PAULO - O novo presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Jerson Kelman, que tomou posse na empresa na manhã desta sexta-feira, 9, afirmou que "São Pedro tem errado a pontaria" ao dizer que as chuvas que atingiram a Grande São Paulo nos últimos dias não têm sido suficientes para encher os reservatórios. De acordo com ele, que substitui a agora ex-presidente da companhia Dilma Pena, "seria irresponsabilidade olhar para frente com otimismo". "Temos que estar preparados para o pior."
As afirmações, que tiveram um tom alarmista, foram feitas durante seu discurso de posse, no complexo administrativo da companhia, na região central. Kelman também disse que a Sabesp deve "fechar ainda mais o Cantareira", o que segundo ele, significa intensificar a redução da pressão da água. A estratégia da companhia foi revelada pelo Estado, em abril do ano passado, no início da maior crise hídrica da história de São Paulo.
Também tomaram posse o novo superintendente do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), Ricardo Borsari, e o secretário de Recursos Hídricos e Saneamento, Benedito Braga.
Dilma Pena. A ex-presidente da Sabesp Dilma Pena afirmou que deixa a companhia melhor do que quando a assumiu e destacou ações para combater a crise hídrica. "Fizemos em cada dia desses últimos anos uma empresa melhor do que a que encontramos", disse. "A Sabesp é a demonstração de que uma empresa pública pode, sim, ser eficiente", completou.
Dilma também classificou positivamente a situação financeira da Sabesp e ressaltou que lucro "não é pecado". "A companhia vem conseguindo gerar recursos necessários para sustentar seu plano de investimentos. E faz isso gerando mais receitas do que despesas, ou seja, lucro, e isso não é pecado. Quanto mais rentável é, melhor a Sabesp atende a população paulista", afirmou, acrescentando que 84% do lucro da empresa se destina ao financiamento de políticas públicas no Estado.
Segundo ela, a prioridade da empresa nos quatro anos em que esteve no comando foi fazer avançar a universalização no Estado de São Paulo.
Dilma destacou ainda o plano de contingência e as ações da Sabesp para enfrentar a falta de chuvas, como os bônus aos clientes que economizaram água. "O que a Sabesp fez, ninguém conseguiria fazer", disse.
Ela ainda acrescentou que a situação da seca é grave e deve se tornar mais aguda. "Infelizmente, chove muito menos do que o necessário para a recuperação dos mananciais, mas a Sabesp, sob o comando de Jerson Kelman e com a orientação do governador, agirá para evitar o pior e impedir que o abastecimento de água entre em colapso", acrescentou Dilma, ao se despedir.