São José do Rio Preto proíbe panfletos para evitar enchentes

Inundações causaram prejuízo de R$ 66,7 milhões ao município, sendo R$ 44 milhões somente aos bens públicos danificados

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Por Redação
Atualização:

Na tentativa de evitar e prevenir as enchentes, que neste ano destruíram parte da infraestrutura urbana e viária da cidade, a Prefeitura de São José do Rio Preto, a 440 km de São Paulo, proibiu a distribuição de panfletos nas ruas e semáforos da cidade. A decisão foi tomada pelo prefeito Valdomiro Lopes (PSB) depois que equipes da Secretaria de Obras Públicas, ao limpar a cidade após a enchente de 18 de janeiro, encontrou toneladas de papéis nas galerias. As inundações causaram prejuízo de R$ 66,7 milhões ao município, sendo R$ 44 milhões somente aos bens públicos danificados, entre eles, duas avenidas.

 

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"Das duas mil toneladas que materiais que retiramos dos bueiros, podemos dizer que, em volume, os bolos de papéis de panfletos representaram pelo menos 20% de todo o material retirado", diz o secretário de Obras, Paulo Pauléra. "Mais que terra e pedras, o papel impede a passagem da água que vem das vias públicas para as caixas de captação das galerias de água da chuva", completa.

 

A proibição vale para toda a região central da cidade, englobando as avenidas Murchid Homsi, Bady Bassit e Alberto Andaló, as principais da cidade, que sempre inundam em dias de muita chuva. "A panfletagem se resume a esta área, que tem o maio fluxo de pessoas e carros. Temos cerca de 120 pessoas distribuindo esses panfletos por dia na região central", diz Pauléra. No entendimento do secretário, a culpa é da falta de educação da população. "O sujeito recebe o panfleto na esquina e cinco metros adiante ele o joga no chão", diz Pauléra.

 

Para proibir a panfletagem, a Secretaria do Meio Ambiente deixou de emitir as autorizações, permitindo apenas a entrega dos panfletos nas casas e caixas de correios. "Essas não nos causam problemas, porque os moradores jogam no lixo, os papéis entregues ou colocados nas caixas de correio", explica Pauléra. De acordo com a coordenadora de fiscalização da secretaria de Meio Ambiente, Rosangela Bertolino Fioramonti, uma média de 40 a 50 pedidos de autorizações para panfletagem é feita por mês e para cada pedido, são disponibilizados de 10 a 20 pontos para entregadores. Mas mesmo com a proibição, entregadores continuam atuando no centro da cidade. Fiscais da secretaria do Meio Ambiente apreendem os panfletos e multam os responsáveis, mas o valor da multa, de R$ 34,18, é irrisório e o número de seis fiscais para autuá-los também é pequeno.

 

A medida causou reação das empresas que distribuem panfletos. "Estou me reunindo com representantes das gráficas e com outras empresas para entrarmos na Justiça e fazer a prefeitura cumprir a lei que regulamenta esse tipo de serviço no município", diz Rosangela Maria Barbosa, da BR-2 Panfletagem. "O problema é que não se encontra apenas panfletos nas ruas, mas principalmente embalagens de empresas estabelecidas e até do poder público, como os panfletos da campanha contra a dengue e da campanha eleitoral de políticos, inclusive do atual prefeito", diz. Rosangela diz que emprega cerca de 30 trabalhadores nos finais de semana para fazer panfletagem principalmente de feirões de carros e comercialização de imóveis. "Se essa proibição continuar terei de dispensar os funcionários, que são contratados e registrados", diz.

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