Rota entre Cunha e Paraty será asfaltada

Ibama libera e pavimentação dos 9,4 km na Serra da Bocaina deve começar neste mês

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Por Felipe Werneck e RIO
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Prometida há décadas, a pavimentação de um trecho da Estrada Paraty-Cunha, que integrava a Estrada Real, vai começar neste mês. A obra ficará pronta em julho de 2014, segundo cronograma apresentado pelo governo do Rio. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu na sexta-feira licença de instalação para a obra em 9,4 quilômetros não pavimentados que ficam dentro do Parque da Serra da Bocaina. Haverá cobrança de taxa para veículos que atravessarem a via. O valor, no entanto, ainda não foi definido. O subsecretário estadual de Urbanismo Regional e Metropolitano, Vicente Loureiro, disse que a taxa deverá ficar em torno de R$ 10, mas ainda depende da tramitação de uma autorização legislativa. O objetivo, segundo ele, é reduzir o tráfego "desnecessário". Os recursos serão destinados ao Instituto Chico Mendes e deverão ser aplicados no parque. Outra medida restritiva em discussão é a proibição da passagem de veículos no período noturno. "Isso será definido na licença de operação. Há um desejo do Instituto Chico Mendes de interromper o tráfego de veículos à noite", disse Loureiro. De acordo com o subsecretário, o trecho da estrada é curto, mas "difícil" - por isso o prazo de 21 meses para finalizar as obras. "É um desafio: um sítio em declive, em uma região com muita chuva e uma obra com uma série de recomendações e cuidados ambientais." Investimento. O custo total estimado é de R$ 80 milhões, dos quais R$ 66 milhões serão aplicados em obras de engenharia e R$ 14 milhões em adequações e programas ambientais. A obra de pavimentação da RJ-165 será feita pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) até a divisa com o Estado de São Paulo, onde há conexão com a SP-171. "A distância entre Paraty e Cunha será encurtada em 270 quilômetros", disse Loureiro, referindo-se ao contorno que hoje precisa ser feito até Ubatuba.Além do escoamento do pescado de Paraty e do turismo na região, o subsecretário listou outros benefícios da nova estrada, que vai facilitar o fluxo de visitantes que chegam de São Paulo e do sul de Minas. "Será um ganho fantástico para pessoas que precisam, por exemplo, estudar em uma faculdade ou fazer tratamento médico especializado, como hemodiálise, em Taubaté." Segundo ele, a estrada também poderá servir de rota de fuga em caso de acidente nuclear em Angra dos Reis. Por isso, parte dos recursos para financiar obras e projetos ambientais virá da Eletronuclear. A Paraty-Cunha seguirá o conceito de estrada-parque, a exemplo da Capelinha-Mauá, na região do Médio Paraíba, com uso de asfalto menos poluente, preservação do curso de rios e córregos e criação de travessias aéreas e subterrâneas para animais - alguns ameaçados de extinção, como o rato-toupeira, que tem apenas 22 centímetros de comprimento e 22 gramas. Pesquisadores da Uerj catalogaram 31 espécies de mamíferos na região.

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