Rio registra menor número de homicídios dos últimos 20 anos

Mortes em confronto caíram em 2010, mas continuam elevadas. Em 4 anos, 3 morreram por dia nessa circunstância

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Por Felipe Werneck e Alfredo Junqueira
Atualização:

O número de homicídios praticados por policiais do Rio em 2010, chamados "autos de resistência", foi de 855, o menor desde 2001. Mas as mortes em confrontos com a polícia continuam elevadas, segundo dados oficiais divulgados ontem. Sob o comando de Sérgio Cabral Filho (PMDB) e do secretário de Segurança José Mariano Beltrame, policiais do Rio mataram 4.370 pessoas em 4 anos, média de 3 por dia. Apesar do modelo de pacificação adotado desde 2009 em favelas da capital, Cabral superou em seu primeiro mandato (2007 a 2010) a marca da antecessora, Rosinha Garotinho, que deixou o governo com 4.339 mortes praticadas por policiais em alegados confrontos. Após a explosão dos autos de resistência no primeiro ano de Cabral - 1.330, o maior número desde o início da série histórica disponível - , houve queda contínua ao longo de sua gestão. A Secretaria de Segurança do Rio divulgou também que foram registrados 4.768 homicídios no Estado em 2010, menor número desde 1991. Em comparação a 2009, a redução foi de 17,7%. Defensor da "política de enfrentamento" no início do governo, Beltrame disse ontem que o objetivo de projetos como o das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) é "fazer com que as polícias mudem a sua lógica e saiam de uma lógica mais voltada para o confronto". Na mesma apresentação, o subsecretário Roberto Sá disse que o Rio precisava de um "resgate de autoridade" no início da gestão. Apesar da redução recorde no número absoluto de homicídios e no registro de latrocínios, alguns índices de criminalidade no Rio de Janeiro ainda são praticamente três vezes maiores do que os de São Paulo. A taxa de assassinatos por grupo de 100 mil habitantes no Estado no ano passado, por exemplo, ficou em 29,8 - recorde para os padrões locais. No mesmo período, no entanto, São Paulo registrou 10,47.

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