Retomado, Pomar vai para o interior

Lançado em 1999 por ‘Jornal da Tarde’ e ‘Rádio Eldorado’, projeto terá ampliação pelo governo estadual; museu será aberto em SP

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Por Felipe Resk
Atualização:
Objetivo do programa é transformar as margens de rios, como a do Pinheiros, em lugares de convivência Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO

O governo estadual vai retomar o Pomar Urbano, programa de revitalização das margens dos Rios Pinheiros e Tietê, e pretende expandi-lo para cidades do interior e da Grande São Paulo neste ano. O novo projeto prevê a abertura de um museu na sede do programa, na capital, que será reformada, além da implementação de um sistema natural de limpeza dos rios.

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A ideia da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) é iniciar a interiorização do programa a partir de dezembro, por meio de parcerias com prefeituras que também enfrentem problemas com rios urbanos, como Campinas, Ribeirão Preto e Presidente Prudente. Na Grande São Paulo, o governo deve aproveitar áreas de estatais, como a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e a Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), para assinar convênios.

Já na capital, o projeto pretende ganhar força a partir da reforma da sede do Pomar Urbano, na zona sul. O espaço deve ganhar vários equipamentos, como bares, restaurantes e salas de debate. Também está prevista a construção do Museu do Rio Pinheiros, para preservar a história dos rios paulistanos, e do Pavilhão das Águas, reservado a discussões sobre despoluição. A empresa responsável pela reforma será escolhida por concurso - o resultado deve ser divulgado em novembro. Serão investidos cerca de R$ 15 milhões e os recursos devem vir por meio da Lei Rouanet.

Segundo a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, o objetivo do programa é transformar as margens dos rios em espaços de lazer para os cidadãos. No caso do Pinheiros, também está prevista a conclusão de uma ciclovia ao longo do parque linear. “Queremos que a sociedade se aproprie desse espaço, o que hoje não acontece por causa da poluição e do mau cheiro”, afirma o coordenador de Parques Urbanos da pasta, José Ismael Lutti.

Por isso, a secretaria também formou um grupo para estudar a implementação de “wetlands”, sistema natural de controle da qualidade da água, nos afluentes do Pinheiros. Nesses locais, devem ser distribuídas plantas que, por se alimentarem de material orgânico, atenuariam os efeitos da poluição. “Os rios só são lembrados nos momentos de cheias ou de mau cheiro. As pessoas passam pelas Marginais e não prestam mais atenção”, diz Lutti.

Retomada. O projeto Pomar Urbano foi lançado em 1999, no governo Mario Covas (PSDB), pelo Jornal da Tarde e pela Rádio Eldorado, do Grupo Estado, e teve apoio de outras empresas. Originalmente, eram 27 parceiros: cada um responsável por revitalizar um quilômetro linear na margem do Rio Pinheiros. Depois disso, mais de 300 mil mudas foram plantadas, com mais de 250 espécies diferentes de árvores, palmeiras, arbustos e forrações.

Há cerca de três anos, no entanto, as empresas foram deixando o projeto. Atualmente, apenas 13 delas permanecem atuando efetivamente na margem do Pinheiros, segundo a secretaria. Outro problema é que o convênio com a Emae, responsável legal pelas áreas dos parques lineares, foi encerrado no fim do primeiro semestre de 2014. O vínculo só foi renovado um ano depois.

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Com autorização para voltar a atuar na área, o governo estadual pretende contatar as antigas empresas parceiras para retomar o projeto. A gestão dos parceiros seria centralizada por uma empresa de paisagismo, que, por sua vez, recebe orientações da pasta. Segundo o governo, os custos são bancados pela iniciativa privada, que, em contrapartida, tem permissão para divulgar sua marca na área sob sua responsabilidade.

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